Demasiado cedo para conclusões sobre mutação encontrada em visons
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que a mutação do novo coronavírus encontrada em visons e em alguns seres humanos não parece comportar-se de forma diferente, mas admitiu que é demasiado cedo para conclusões definitivas.
"As provas que temos não sugerem que esta variante seja de alguma forma diferente na forma como se comporta. Talvez tenha uma assinatura (genética) ligeiramente diferente, mas trata-se do mesmo vírus", afirmou o diretor executivo do programa de emergências sanitárias.
Michael Ryan acrescentou que as autoridades dinamarquesas e vários organismos da OMS estão a trabalhar para investigar essa nova variante e perceber se terá alguma implicação no desenvolvimento de vacinas e terapias, mas que "falta ainda um longo caminho para determinar isso".
"É demasiado cedo para tirar conclusões sobre as implicações que esta mutação tem na transmissibilidade, na gravidade da doença ou na resposta imunitária e numa potencial vacina", reforçou a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
A principal responsável técnica da OMS no combate à pandemia da covid-19, Maria Van Kerkhove, salientou que "as mutações são normais" e que tais variações no Sars-Cov2 "têm estado a ser monitorizadas desde o início".
A Dinamarca anunciou que vai abater cerca de 17 milhões de animais que são criados para a indústria de peles naquele país, contando-se já 214 pessoas infetadas com a mutação detetada nos visons.
A medida, indicou Maria Van Kerkhove, destina-se a conter a disseminação da nova mutação, que circula entre animais e humanos, e "limitar a capacidade de uma nova reserva de vírus" naquela espécie.
A OMS está a trabalhar com as autoridades dinamarquesas e também com outros países na Europa, Américas e no oeste do Pacífico, onde também são criados visons para lhes tirar a pele.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos em mais de 48,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.740 pessoas dos 161.350 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China