Trump venceu nas zonas mais afectadas pela covid
Donald Trump teve enorme apoio nas urnas das regiões com mais casos de covid-19, segundo um estudo da Associated Press que mostra como os eleitores estavam divididos quanto à forma como o Governo lidou com a pandemia.
A agência de notícias Associated Press (AP) analisou o sentido de voto nos 376 condados com maior número de novos casos per capita e descobriu que em 93% desses condados venceu o candidato republicano Donald Trump.
A AP revela que esta taxa está acima de outras áreas menos atingidas pela pandemia.
Perante estes dados, as autoridades de saúde admitem fazer uma análise e reformular as mensagens de alerta junto da população, segundo a associação representativa das agências de saúde pública norte-americana ("Association of State and Territorial Health Officials").
Em declarações à AP, o diretor da associação, Marcus Plescia, disse que ainda é possível reformular a mensagem de saúde pública para conseguir unificar os americanos na luta pela redução de novos casos de infeção.
"Existe potencial para as coisas ficarem menos carregadas e divididas", afirmou, sublinhando que é preciso trabalhar para que os hospitais não sejam inundados durante os meses de inverno.
Os eleitores também foram questionados sobre se a pandemia estava controlada, e também nesta questão houve uma cisão entre os apoiantes do candidato republicano e do candidato democrata.
82% dos eleitores de Joe Biden disseram que a pandemia não está sob controle, segundo uma pesquisa nacional com mais de 110 mil respostas.
Já entre os eleitores que votaram em Trump, a maioria divide-se entre os que consideram que está "completamente" ou "quase totalmente" controlada (36%) e outros 47% que disseram que estava "sob controle".
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (233.734) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 9,4 milhões).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos em mais de 48,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.