Vendas de lojas e restaurantes afundam 39% na última semana de Outubro
Os lojistas e restaurantes registaram quebras de vendas na ordem dos 39% na última semana de outubro, segundo dados hoje divulgados pela Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), que antevê "um Natal difícil".
Os resultados foram obtidos depois de um inquérito feito aos 165 associados da AMRR, que representam 3.300 lojas e restaurantes e que teve uma adesão superior a 75%.
Segundo o relatório, que analisa as vendas entre março e outubro, registou-se "um novo afundamento das vendas de retalho e restauração desde o verão, destacando uma perda do volume de vendas de 39% na última semana de outubro".
O inquérito concluiu, ainda, que, nas últimas três semanas de outubro, registou-se "um agravar das perdas", o que, juntamente com novas medidas de restrição de circulação e de operação, fazem com que a AMRR preveja "um período natalício difícil".
Em março, observaram-se perdas de 62,3% nas vendas daquelas empresas, que afundaram para uma média de 95% em abril e maio, meses de confinamento e consequente encerramento de lojas, para conter a pandemia do novo coronavírus.
No entanto, nos meses de verão (junho a setembro), com o abrandamento das restrições, verificou-se uma "ligeira melhoria" entre os associados da AMRR, que, ainda assim, reportaram perdas entre os 40% em junho e os 27% em setembro.
"Embora tenhamos assistido a uma ligeiríssima melhoria nos meses de verão, nunca deixámos de ter quebras, e temos já dados alarmantes que demonstram elevadas perdas na aproximação à época natalícia, que costuma ser a salvação de muitos operadores do retalho e da restauração", refere, em comunicado, o presidente da associação, Miguel Pina Martins.
O responsável defendeu também que o limite de lotação nas lojas de centros comerciais seja revisto, para evitar aglomerações nas entradas e nas zonas comuns daqueles espaços e para permitir que o retalho e restauração tenham maior margem de operação.
"Confinar as pessoas, confina igualmente a economia, algo que põe em causa a sustentabilidade económica das empresas do retalho e restauração, assim como os mais de 375.000 empregos diretos e indiretos destes setores", avisou Pina Martins.