Madeira

Há 22 anos, madeirense acusava milionário Al-Fayed de assédio sexual

Hermínia da Silva recebeu na altura três mil contos (12 mil libras) num acordo extrajudicial

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No 'Canal Memória' desta quinta-feira recordamos o tema que fez manchete no DIÁRIO em 5 de Novembro de 1998. Uma emigrante madeirense em Londres, Hermínia da Silva, ameaçou apresentar queixa de assédio sexual contra o milionário egípcio Al-Fayed.

A história das ligações de Hermínia à casa do pai de Dodi, que morreu em Paris juntamente com a princesa Diana, havia sido contada em Portugal, com dados do jornal londrino 'Evening Standard'.

Segundo o que foi relatado na altura, a madeirense conseguiu emprego como ama dos filhos de Al-Fayed, em Oxted, mas os seus serviços enquanto cuidadora acabaram por ser dispensados. Transferiu-se então para Park Lane, Londres, como empregada de limpeza num bloco de apartamentos também pertencente a Al-Fayed.

Estávamos em 1994 e foi aí que a emigrante natural de Santana viu-se detida na esquadra de West End, alegadamente sob suspeita de roubo no apartamento de um irmão do milionário.

Dado que a acusação se revelou inconsistente, Hermínia acabou por sair da prisão um dia depois de ter sido detida. Um elemento decisivo do processo foi a circunstância de a emigrante portuguesa estar resolvida a levar em frente uma queixa de assédio sexual contra o patrão egípcio. Um tipo de acusação que se circunscrevia numa trama complicada protagonizada pelo próprio Al-Fayed, envolvendo subornos a membros do parlamento para que lhe facilitassem a obtenção da nacionalidade britânica e a promessa de uma "recompensa astronómica" a quem provasse que o acidente do filho Dodi e Diana resultara de um atentado. Tudo isso para além da acusação de "abuso de poder junto da polícia de Londres" que recaía sobre Al-Fayed.

Para que se tenha uma ideia, o egípcio teria provocado a prisão de sete ex-colaboradores, sem justificação, tal como aconteceu com Hermínia da Silva. Tudo graças ao seu testa-de-ferro nos armazéns Harrods, John Macnamara, antigo superintendente da polícia de Londres.

O problema do milionário foi que Hermínia da Silva não se deixou intimidar demasiado e deu mostras de insistir na queixa por assédio sexual. Só um acordo extrajudicial no valor de 12 mil libras (cerca de três mil contos) atenuou o diferendo. 'Atenuou' porque a madeirense teve de viajar para a Madeira na sequência de ameaças que recebeu em Londres e da agressão de que um familiar seu foi vítima. Entretanto, Hermínia voltou a Inglaterra para trabalhar numa casa particular.

Cadáver com oito dias encontrado nos Marmeleiros

Também nesta edição o DIÁRIO noticiava a descoberta de um cadáver, em estado de putrefacção, encontrado numa vala que separa uma residência da estrada.

O ccorpo do homem, já em estado de decomposição, foi encontrado por duas crianças, nas imediações do cruzamento dos Marmeleiros para o Livramento. O cadáver, que ainda não tinha sido identificado, foi removido pelos BVM, depois de ter sido derrubado um muro construído em blocos, com a presença da Judiciária que tomou conta da ocorrência e procurava elementos que levassem à identificação do falecido.

O corpo foi encontrado por dois miúdos que, ao brincar na estrada, terão deixado cair a bola para a propriedade privada. No resgate da bola, foi encontrado o cadáver, que já há algum tempo exalava mau cheiro, mas o dono da casa, que não se apercebeu do que se passava, insistia na lavagem dos contentores do lixo que mantinha próximos do morto. Não foram encontrados documentos e a PJ iniciou as buscas baseando-se nas participações de desaparecidos. Os bombeiros removeram o corpo com a utilização de garrafas de ar comprimido devido ao mau cheiro.

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