Comissão Europeia mais pessimista sobre retoma na zona euro em 2021
A Comissão Europeia reviu hoje em baixa o ritmo de retoma da economia da zona euro em 2021 face ao ressurgimento da pandemia da covid-19, estimando agora que só recupere 4,2% após uma contração de 7,8% este ano.
Nas suas previsões económicas de outono, hoje publicadas, Bruxelas melhora ligeiramente as projeções macroeconómicas para este ano, antecipando agora um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 7,8% no espaço da moeda única -- o que continua a ser um recorde negativo -, quando em Julho, nas previsões intercalares de verão, apontava para uma queda de 8,7%.
Para o conjunto dos 27 Estados-membros, a Comissão também melhora em nove décimas a previsão de Julho passado, antecipando agora um recuo de 7,4% este ano, contra 8,3% no Verão.
No entanto, a revisão em baixa do ritmo de retoma no próximo ano, face ao agravamento da situação epidemiológica na Europa, é mais significativa, com Bruxelas a 'retirar' quase dois pontos à projecção do verão para o crescimento do PIB na zona euro em 2021, passando de 6,1% para 4,2%, e a agravar também a perspetiva de recuperação no conjunto da União, antecipando agora um crescimento económico dos 27 de apenas 4,1% no próximo ano, quando em Julho projectava uma subida de 5,8%.
Bruxelas estima que o retoma prossiga em 2022 com um crescimento económico de 3% tanto na zona euro como na UE.
Apontando que a economia europeia registou uma "recuperação forte" no terceiro trimestre deste ano, quando foram gradualmente levantadas as restrições impostas na primavera pelos Estados-membros para conter a propagação da pandemia, a Comissão nota que, "no entanto, o ressurgimento da pandemia nas últimas semanas está a resultar em disrupções à medida que as autoridades nacionais introduzem novas medidas de saúde pública", e alerta que as projecções de retoma hoje divulgadas podem até ser novamente revistas em baixa.
"A situação epidemiológica significa que as projecções de crescimento ao longo do horizonte da previsão estão sujeitas a um grau extremamente elevado de risco e incerteza", adverte.