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Americanos ainda não sabem quem será o Presidente

As últimas projeções apontam para 264 delegados para Biden, contra 214 de Donald Trump, quando falta apurar quatro estados.

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Os norte-americanos vão acordar hoje, pelo segundo dia consecutivo, sem Presidente, quando faltam contar os votos em quatro "estados chave" -- Geórgia, Michigan, Nevada e Pensilvânia.

Estes estados alertaram quarta-feira que necessitam de mais horas, talvez até de dias, para contar os votos por correspondência que chegaram em números históricos devido à crise pandémica.

Devido ao seu peso no Colégio Eleitoral, os quatro estados podem decidir quem será o vencedor das 59.º eleições norte-americanas: o atual Presidente e candidato republicano, Donald Trump, ou o do Partido Democrata, Joe Biden.

O vencedor das presidenciais norte-americanas (que é escolhido por voto indireto) tem de assegurar, no mínimo, 270 dos 538 "grandes eleitores" (uma maioria simples) que compõem o Colégio Eleitoral.

As últimas projeções apontam para 264 delegados para Biden, contra 214 de Donald Trump, quando falta apurar quatro estados.

Protestos pela contagem de votos levam apoiantes de Trump e Biden às ruas

Apoiantes do Presidente norte-americano, Donald Trump, concentraram-se em frente a mesas de voto, exigindo o fim da contagem, enquanto milhares de manifestantes saíram às ruas em várias cidades para reclamar que todos os boletins sejam contados.

Em Detroit, no estado do Michigan, dezenas de apoiantes de Trump gritaram "Parem a contagem!", com polícias em fila para impedir a entrada no edifício onde são contados os boletins.

O estado do Michigan tem vivido uma enorme tensão há vários meses, depois de manifestantes armados terem protestado no Capitólio contra as restrições instauradas na primavera para combater a pandemia de covid-19. Em outubro, seis homens foram detidos sob a acusação de conspiração para raptar a governadora democrata Gretchen Whitmer, num plano que visaria também governadores democratas noutros estados, como a Virgínia.

Em Phoenix, no Arizona, ouviram-se cânticos de "Parem o roubo" frente às mesas de voto, com um membro da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Gosar, a juntar-se à multidão, dizendo: "Não vamos deixar que esta eleição seja roubada".

Os protestos surgiram quando Trump afirmou, sem quaisquer provas, que haveria problemas com a votação e a contagem dos votos, tendo apresentado queixa em três estados por causa das eleições presidenciais.

Enquanto apoiantes de Trump continuam a exigir o fim da contagem dos votos antecipados e enviados pelo correio, que deverão favorecer o candidato democrata Joe Biden, milhares de manifestantes saíram às ruas, de Nova Iorque a Seattle, para exigir que todos os boletins sejam contados.

Em Portland, no estado do Oregon, que durante meses foi palco de protestos contra o racismo, a governadora Kate Brown pediu a intervenção da Guarda Nacional, depois de manifestantes pró-Biden terem iniciado atos de violência no centro da cidade, segundo as autoridades, que deram conta de janelas partidas.

Em Nova Iorque, centenas de apoiantes de Biden desfilaram na Quinta Avenida, em Manhattan, tendo a polícia feito duas dezenas de detenções.

Segundo a agência de notícias espanhola EFE, a Polícia de Nova Iorque confirmou que até às 22:00 (03:00 em Lisboa), havia 20 detidos, tendo as forças de segurança alegado que iniciaram fogos e atiraram ovos e lixo.

Em Chicago, protestos a reclamar a contagem de todos os votos realizaram-se no centro da cidade, perto do edifício Trump Tower.

Protestos semelhantes tiveram lugar em pelo menos meia dúzia de cidades, incluindo Los Angeles, Houston, Pittsburgh, Minneapolis e San Diego, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP).

A campanha de Donald Trump decidiu avançar com processos judiciais na Pensilvânia, Michigan e Geórgia, para tentar interromper a contagem de votos nos três estados, numa altura em que a vitória do candidato democrata Joe Biden parece cada vez mais próxima.

O próximo morador da Casa Branca será o candidato que conseguir pelo menos 270 delegados do colégio eleitoral.

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