Gestão danosa
O relatório e contas do exercício 2019/2020 da SAD do F. C. Porto (SP) apresenta o maior prejuízo de sempre 115,94 milhões de euros, o aumento constante da dívida e o capital próprio negativo de 151,2 milhões de euros agravando-se a situação de falência técnica que decorre de exercícios anteriores. As receitas dos direitos televisivos já foram antecipadas até 2025 o mesmo aconteceu com futuras receitas pela venda de passes dos melhores jogadores. Só com a venda de passes de futebolistas nos últimos 12 anos a SP arrecadou mais de 900 milhões de euros. Por isso quando a atual administração tenta justificar a atual situação de descalabro económico e financeiro da SP com a quebra de receitas motivada pela eliminação precoce na última temporada da Liga dos Campeões e a pandemia tal alegação pior do que uma desculpa esfarrapada de mau pagador é antes de mais uma desculpa para uma péssima gestão. A SP encontra-se no perigoso plano inclinado que conduz à insolvência ou na melhor das hipóteses a um PER que a colocará nas mãos de um administrador judicial e dos credores perdendo toda a sua autonomia de gestão e obrigada a alienar os seus ativos mais valiosos para ressarcir os credores. As maiores responsabilidades deste descalabro são das administrações e em especial do seu presidente, mas têm de ser repartidas pelos sócios que têm vindo a eleger em sucessivos mandatos um presidente e conselhos de administração sem se importar minimamente com os resultados da sua gestão, focados exclusivamente em resultados desportivos que são aleatórios e por isso demasiado falíveis ao contrário do que deveria ter sido uma gestão competente e rigorosa da SP. Ainda mais surreal para não dizer vergonhoso foi ver sócios do clube que pela sua formação profissional e até cargos importantes na administração pública e conhecendo a atual situação de descalabro das contas da SP, mesmo assim apoiaram a reeleição de uma administração cuja gestão danosa de há muito deveria ter suscitado a intervenção da CMVM.
Leitor identificado