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Medicamentos. Um túnel, sem luz ao fundo.

Quem analisar o título do artigo, pensa, desde logo, que o mesmo é na sua integra um contrassenso, uma vez que vou argumentar mais a frente, o porquê.

Podia começar perfeitamente, esta crónica a falar do já preocupante processo de recrutamento e seleção para o 16.º Curso de Formação de Agentes, por não terem sido preenchidas todas as vagas disponíveis, inquietando e preocupando o Sr. Diretor Nacional da PSP, quando diz “que a falta de candidatos para agentes pode indicar falta de atratividade da função policial que urge recuperar e que a PSP tudo fará para conseguir”.

Mas isso levar-me-ia a tecer considerações várias sobre as políticas desacertadas e à falta de investimento no que respeita à segurança pública em geral e à PSP em particular, por parte dos sucessivos governos, o que me conduziria a outras conclusões que poderiam não ser exatamente coincidentes com a maioria.

Também podia começar por dizer que a juntar a estes tempos difíceis, de extrema ansiedade, incerteza e de dor, com o número de mortes e de infetados pelo Coronavírus em crescimento constante, como se fosse pouco, os polícias deparam-se novamente, com os descontos de 14 meses para o subsistema de assistência na doença (SAD), quando o ano tem apenas 12 meses, contrariando a conclusão do Tribunal de Contas, bem como à decisão que o próprio governo transmitiu, a alguns Grupos Parlamentares, referindo que o orçamento para 2020 já previa essa alteração.

Podia igualmente, começar por posicionar como urgente, as renegociações sobre o subsídio de risco para os polícias, até porque já tinha sido aprovado por maioria dos grupos parlamentares e nunca houve resposta por parte do governo. É claro que isso também me levaria a falar mais longamente sobre o assunto!

E se começasse esta crónica, dizendo que o Governo Regional da Madeira vai conseguir manter o apoio aos polícias, nomeadamente no pagamento dos medicamentos às farmácias da Região, extensível às restantes forças e serviços de segurança, graças a um governo regional que olha para a Polícia com preocupação e com todo o cuidado.

Para já, este assunto ficou demonstrado este mês pelo Sr. Vice-Presidente, Pedro Calado, quando visitou as obras e as instalações da PSP na Penteada, em que disse publicamente que para “evitar uma situação incómoda, injusta e incompreensível para os utentes, o Governo Regional assume, a título de adiantamento, as referidas comparticipações”, até porque vai ao encontro dos anseios de muitos policias e suas famílias, que querem saber como vai o Estado resolver, de uma vez por todas esta indefinição e injustiça que já tem “barbas”.

Pois, até era de bom tom explicar aquilo que os meios de comunicação social não explicaram, ou pior, aquilo que o governo nacional não soube explicar convenientemente. Claro! “Estamos abandonados à própria sorte”.

Pois é, mas falar dessas coisas seria falar de outros problemas que afetam os Polícias, e nada de novo trazia em prol do esclarecimento publico.

Claro está, quando uma notícia é favorável aos Polícias, como é o caso da deliberação do governo regional da Madeira, é evidente que ficamos todos muito satisfeitos, quando vemos um Presidente do Governo Regional, que tem vindo a ajudar os profissionais da segurança pública nesta região, incluindo neste auxilio e preocupação, os profissionais das Forças Armadas. Seria uma forma elegante e merecida por parte dos profissionais das forças de segurança sedeados nesta ilha, em distinguir publicamente o Dr. Miguel Albuquerque.

Pois é, quando nós esperávamos ver uma luz ao fundo do túnel, em 2021, para a resolução definitiva das comparticipações dos medicamentos aos policias, vimos só um túnel sem luz ao fundo, mas com um conjunto de deputados na Assembleia da República, a desculparem-se de todos os atrasos possíveis e imaginários dizendo que havia outras prioridades. É sempre assim. Desculpas.

Valha-nos ao menos a perseverança do presidente do Governo Regional da Madeira a ser um enorme cavalo de batalha e o “túnel”, esse já cá está.

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