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Explosão de mina de guerra mata criança e fere quatro em Moçambique

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Uma criança morreu na sexta-feira e outras quatro ficaram gravemente feridas, vítimas do que terá sido uma mina de guerra esquecida numa horta no centro de Moçambique, disseram hoje à Lusa as autoridades.

O acidente aconteceu em Cateme, na província de Tete, e foi a segunda explosão de artefactos de guerra abandonados em pouco mais de uma semana no centro do país.

As cinco crianças da mesma família, com idades entre os 06 e 10 anos, apanharam a mina enquanto brincavam numa 'machamba' (horta) onde os pais faziam a sementeira de milho.

"Começaram a brincar com ela na sombra de uma árvore, quando de repente explodiu" e matou imediatamente uma criança no local, disse à Lusa Luís Tambo, chefe local.

Segundo aquele responsável, o engenho era igual a outros usado na guerra civil moçambicana de 1977 a 1992 e designado como "bacia", pela forma semelhante.

As quatro crianças feridas foram socorridas no centro de saúde de Cateme, onde receberam cuidados primários e depois foram transferidas para o Hospital Distrital de Moatize, antes de serem encaminhadas ao Hospital Provincial de Tete.

Fonte médica disse que foi necessário amputar o pé a uma criança numa cirurgia realizada no domingo.

As restantes três crianças "estão a reagir bem" ao tratamento cirúrgico dos ferimentos.

A 18 de novembro, duas crianças morreram e outras três sofreram ferimentos graves após a explosão de uma granada perdida no campo na província de Manica.

Moçambique declarou-se, em 2015, livre de minas antipessoais, ao fim de mais de duas décadas de um programa de desminagem em todo o país, que era um dos cinco mais ameaçados do mundo por este tipo de engenhos.

No entanto, acidentes mortais continuam a acontecer.

Em janeiro, outras três pessoas da mesma família morreram na sequência do rebentamento de um engenho explosivo na província de Niassa, quando limpavam um novo terreno.

Em 2019, pelo menos seis crianças morreram pelas mesmas causas nas províncias de Tete e Zambézia, centro do país.

Só na Zambézia, as autoridades desativaram um total de sete minas no último ano, na maioria encontradas em locais habitacionais.

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