Ex-presidente francês denuncia "infâmias" no recomeço do seu julgamento
O antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy denunciou hoje "infâmias" que o perseguem "há seis anos", no recomeço do seu julgamento por corrupção e tráfico de influências.
"Não reconheço qualquer dessas infâmias com que me perseguem há seis anos", declarou o ex-chefe de Estado de França, nas sua primeiras palavras no Tribunal Criminal de Paris.
A advogada de Sarkozy, Jacqueline Laffont, defendeu a "nulidade de todo o procedimento" devido a "inúmeros abusos" e "violações repetidas e graves" dos direitos de defesa no caso.
O julgamento começou há precisamente uma semana, mas foi adiado pouco depois.
O recomeço hoje deve-se à rejeição pela justiça na quinta-feira do adiamento, por motivos de saúde de um dos coacusados, o ex-magistrado Gilbert Azibert.
Nicolas Sarkozy, 65 anos, está a ser julgado juntamente com o seu advogado Thierry Herzog, 65 anos, e Gilbert Azibert, 73 anos.
Os dois últimos respondem ainda por violação do sigilo profissional.
Os três réus, que arriscam uma pena de prisão de 10 anos e uma multa de um milhão de euros, negam qualquer irregularidade.
Sarkozy e Herzog são suspeitos de prometer a Azibert um posto de prestígio no Mónaco em troca de informações sobre uma investigação ao financiamento ilegal da campanha presidencial de 2007 pela herdeira da L'Oreal Liliane Bettencourt.
Esta é uma audiência sem precedentes. Antes de Nicolas Sarkozy apenas um ex-presidente, Jacques Chirac, foi julgado e condenado em 2011 num caso de empregos fictícios na cidade de Paris, mas sem nunca ter comparecido em tribunal, por motivos de saúde.