Turquia condena assassinato do cientista iraniano Mohsen Fajrizadeh
A Turquia condenou hoje o atentado que na sexta-feira matou o cientista nuclear iraniano Mohsen Fajrizadeh, perto de Teerão, e pediu bom senso e moderação a todos os envolvidos, noticia a agência pública turca Anadolu.
"Condenamos este vil assassinato e expressamos as nossas condolências à República Islâmica do Irão", refere o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, publicado no seu 'site'.
Fajrizadeh foi morto na sexta-feira num ataque na área de Absard, na província de Teerão, capital do Irão, por um número desconhecido de homens armados, que abriram fogo contra o veículo do cientista e fizeram pelo menos uma explosão.
Considerado pelos serviços de inteligência ocidentais como o líder do antigo programa secreto do Irão para desenvolver armas nucleares, o cientista ocupava atualmente o cargo de chefe da Organização de Pesquisa e Inovação de Defesa do Ministério da Defesa.
No comunicado, a diplomacia turca adianta que o país se "opõe a todas as formas de terrorismo, independentemente de quem o faz e de quem é o alvo".
"Esperamos que os responsáveis sejam identificados e levados à justiça", lê-se no comunicado, que apela a todas as partes a agirem com bom senso e moderação, para evitar atos que possam levar a uma escalada de violência na região.
No sábado, o presidente do parlamento turco, Mustafa Sentop, numa mensagem na rede social Twitter, escreveu que o assassinato do cientista "é um ato terrorista".
"O terrorismo é terrorismo, seja cometido por uma organização ilegal, uma organização 'legal' ou um Estado. Isso não muda a sua natureza e aqueles que o executam são terroristas", afirmou Sentop.
Segundo a agência Efe, o assassinato de Fajrizadeh é o quinto de um cientista iraniano numa década e, como em todos os casos anteriores, Teerão acusou os serviços secretos israelitas e norte-americanos do crime.
O Presidente iraniano, Hassan Rohani, acusou no sábado Israel de agir como "mercenário" para os Estados Unidos, ao matar o cientista, e garantiu que Teerão responderá "na hora certa e da maneira certa".
"Mais uma vez, as mãos impiedosas da arrogância mundial, com o regime sionista usurpador como mercenário, estão manchadas com o sangue de um filho desta nação", denunciou Rohani numa declaração publicada no seu 'site' oficial.
Também no sábado a União Europeia (UE) qualificou como um "ato criminoso" o assassinato do cientista e pediu a todas as partes que mantenham a calma e evitem a escalada de violência.
"A 27 de novembro de 2020 em Absard, Irão, um funcionário do Governo iraniano e vários civis foram mortos numa série de ataques violentos. Este é um ato criminoso e vai contra o princípio de respeito pelos direitos humanos defendido pela União Europeia", declarou numa nota o porta-voz do alto representante da UE para as Relações Exteriores, Josep Borrell.
O representante acrescentou que "nestes tempos de incerteza, é mais importante do que nunca que todas as partes permaneçam calmas e exerçam o máximo de contenção para evitar uma escalada que não pode interessar a ninguém".