Guaidó apela à abstenção nas eleições legislativas na Venezuela
Sufrágio tem lugar no primeiro fim-de-semana de Dezembro, mais precisamente de domingo a oito dias, 6 de Dezembro
O líder do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, reconhecido como Presidente interino por mais de 50 países, apelou no sábado nas ruas de Caracas à abstenção nas legislativas de 6 de Dezembro.
"Em 06 de dezembro, o que precisa de fazer é fácil: nada", disse Guaidó, citado num comunicado de imprensa da sua equipa sobre as eleições, que considera serem uma "fraude".
"Mas no dia 12 de dezembro iremos para as ruas para mostrar que somos uma maioria organizada e mobilizada", acrescentou, referindo-se ao referendo da oposição que será realizado nesse dia, no qual os cidadãos serão questionados se rejeitam as eleições de 06 de dezembro.
Segundo o comunicado, o líder da oposição distribuiu panfletos e falou com as pessoas sobre o objetivo do referendo, bem como sobre as suas razões para pedir a abstenção nas eleições.
"Há muitas pessoas que ainda não sabem que os partidos foram roubados, que se roubaram as suas siglas", afirmou, numa referência ao facto de vários estruturas partidárias contrárias ao Governo de Nicolás Maduro terem sido intervencionadas pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
O referendo, cujo início estava inicialmente previsto para 5 de dezembro, foi adiado para 7 de dezembro, e será prolongado até dia 12 digitalmente, através de plataformas autorizadas.
Até 12 de dezembro, os "Centros de Consulta" estarão a funcionar, dentro e fora do país.
A oposição vai colocar três questões, a primeira das quais é se os venezuelanos exigem "o fim da usurpação da Presidência por Nicolás Maduro e a convocação de eleições presidenciais e parlamentares livres, justas e verificáveis", segundo o Centro Nacional de Comunicação (CNC) de Guaidó.
A segunda pergunta diz: "Rejeita o evento de 6 de dezembro, organizado pelo regime de Nicolás Maduro, e pede à comunidade internacional que o ignore?"
Na terceira pergunta os cidadãos são questionados se "ordenam" que sejam tomadas as medidas necessárias "perante a comunidade internacional para ativar a cooperação, o acompanhamento e a assistência para salvar a democracia, atender à crise humanitária e proteger as pessoas de crimes contra a humanidade".