Estados Unidos mobilizam porta-aviões para o Golfo Pérsico
A razão está numa destas: o assassinato de um cientista iraniano ou a retirada das tropas do Afeganistão
O Pentágono mobilizou nos últimos dias o porta-aviões USS Nimitz para o Golfo Pérsico, cujo retorno garante não se dever a ameaças após o assassinato do cientista nuclear iraniano Mohsen Fajrizadeh, mas para compensar a retirada das tropas americanas do Afeganistão.
"Nenhuma ameaça específica causou o retorno do grupo de ataque do porta-aviões Nimitz", disse hoje a comandante Rebecca Rebarich, porta-voz da 5.ª Frota que cobre o Médio Oriente, citada pela agência de noticias France-Presse (AFP).
Segundo aquela oficial, a presença do porta-aviões no Golfo Pérsico não está, assim, ligada ao assassinato, na sexta-feira, de Mohsen Fakhrizadeh, um cientista nuclear iraniano.
"O porta-aviões USS Nimitz retornou à (área da) 5.ª Frota em 25 de novembro", indicou Rebecca Rebarich.
O Nimitz tinha cruzado, em setembro, o estreito de Ormuz, uma passagem estratégica que o Irão ameaça regularmente bloquear, antes de seguir para o Pacífico.
Numa outra declaração, o Pentágono vinculou esta mobilização à "redução no número de soldados americanos destacados no Iraque e no Afeganistão" anunciada em 18 de novembro pelo novo ministro da Defesa, ainda em funções, Christopher Miller.
Cerca de 2.000 soldados vão ser retirados do Afeganistão até 15 de janeiro e outros 500 deixarão o Iraque, deixando apenas 2.500 soldados norte-americanos em cada país.
"O Departamento de Defesa dos Estados Unidos defenderá a segurança das suas forças enquanto eles continuarem a proteger os americanos e os nossos interesses no exterior", lê-se no comunicado do Pentágono.
"Durante esta mudança de postura, o Departamento considerou prudente contar com capacidades de defesa adicionais na região, para responder a qualquer eventualidade", refere a mesma nota.