"As miudezas a conta gotas não abafam a recusa dos mil milhões"
Deputado socialista, Carlos Pereira, revela que que houve nos debates da especialidade, em relação à Madeira, "um circo que deprime a razoabilidade"
O deputado socialista madeirense, Carlos Pereira, não tem dúvidas que o Orçamento do Estado para 2021 "é bom para a Madeira" porque "o PS incluiu propostas que são positivas para os madeirenses".
A votação final global do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) decorre hoje no parlamento, estando a sua aprovação quase garantida devido à abstenção de PCP e PEV, apesar do voto contra do BE. O início do plenário da Assembleia da República está marcado para as 10:00, começando com a discussão e votação das normas avocadas pelos partidos, finalizando de seguida a apreciação na especialidade da proposta do Governo
Ao DIÁRIO, Carlos Pereira nota que "as propostazinhas do PSD-M são miudezas em comparação com tudo o já está garantido pelo PS. Daí o desabafo:
"Não deixa de ser caricato que haja um folclore em torno de miudezas parlamentares a conta gotas mas um desdém ruidoso perante os verdadeiros ganhos deste orçamento: dinheiro para hospital , regulamentação mobilidade aérea , transferências jogos santa casa, redução iva da reabilitação, avales para suportar dívida da região, layoff, linhas de crédito, isenção de pagamento especial por conta, apoios turismo e cultura, aumento das reformas, aumento do salário mínimo, transferência de património, apoios para a UMa, transferências e acordo com a LFR. São tantas as matérias que foram obtidas neste orçamento com o empenho do PS que poderíamos dividir uma por cada dia e talvez o espalhafato de alguns desse lugar ao bom senso". Carlos Pereira
O deputado socialista conta não haver esperança para um sobressalto pois considera que o assunto "está entregue à espuma mediática da defesa do lugar". revela que houve nos debates da especialidade, em relação à Madeira, "um circo que deprime a razoabilidade".
"As dezenas de propostas, repetidas de anos anteriores, algumas descontextualizadas do quadro orçamental, claramente não cabem ali e servem para engrossar o número. Muitas delas nem sequer são apoiadas pelo PSD, numa humilhação sem precedentes aos seus autores revelando toda a sua capacidade de influência . Ou seja o dono do circo não aprova as propostas dos intérpretes eleitos pela Madeira . Se não são capazes de convencer os seus pares poderia ser interessante perceber qual a mais valia para a Madeira ? O que fazem com a sua eleição ? Um exemplo é o famigerado apoio para o ferry: o PSD não aprovou a proposta do PSD da Madeira. Mas há mais . Algumas das propostas aprovadas só serão efectivamente executadas se o PS garantir a aprovação do OE porque o PSD da Madeira desde a primeira hora virou as costas aos madeirenses, votando logo contra a generalidade e dizendo que não quer discutir só quer chicana política. Não há uma resposta cabal e é inaceitável que esses indivíduos eleitos pelos madeirenses se vangloriam da sua contabilidade de mercearia mas que não as votem no final . Ou seja, que também virem as costas às suas propostas que foram aprovadas". Carlos Pereira
O deputado lembra ainda factos ocorridos em orçamentos anteriores "que quando estes protagonistas tiveram oportunidade de juntar uma maioria, e tinham maioria absoluta com o CDS, para ajudar a Madeira acabaram por a condenar a anos e anos de crise com propostas de orçamento que ofenderam e maltrataram a Madeira" . Juga que foram as piores propostas de sempre e sublinha que se a ideia fosse debater com seriedade a história dos orçamentos "estes deputados deviam pedir desculpa aos madeirenses e jurar que nunca mais se agachariam aos maus orçamentos que quase deixaram os madeirenses a pão e água".
Carlos Pereira deixa ainda outras questões aos deputados do PSD-M: "Que sentido de responsabilidade têm deputados que consideram que o melhor para o país e para a Região é estar contra o orçamento que combate a pandemia e transfere mais de mil milhões para a Madeira. A troco de quê? Miudezas parlamentares e regabofe partidário. Completamente inútil para o bem estar dos madeirenses".
O parlamentar socialista conclui que "a seriedade obrigava a avaliar o contributo destas atitudes para o bem estar da nossa Região". E volta à carga: "Longe do alarido partidário o que ficará são os mil milhões que fomos capazes de assegurar. É pena que há gente que esteja sempre do lado contrário do interesse da nossa gente".