Alemanha endurece restrições até início de Janeiro à excepção do Natal
A Alemanha vai endurecer as medidas de restrição a partir de 01 de dezembro até ao início de janeiro para conter a propagação do novo coronavírus, embora durante o Natal vá reduzir algumas delas.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse quarta-feira, em conferência de imprensa, que o acordo para novas medidas foi alcançado após sete horas de negociações com chefes de Governo dos 16 estados federais.
Aquele país registou quarta-feira uma recorde de mortes causadas pela infeção de covid-19, com 410 mortes em 24 horas, noticia a agência EFE.
"Devemos continuar a trabalhar para reduzir o número de casos e por isso temos que apertar as medidas", explicou a chanceler.
E frisou que "a situação não permite a supressão de restrições" à vida social e à atividade económica.
O atual pacote de medidas, em vigor desde 02 de novembro e originalmente previsto para este mês, só obteve "sucesso parcial", com a desaceleração do crescimento exponencial dos casos de covid-19, apesar do número de novos casos diários ter estabilizado num nível "muito alto".
A meta continua a ser que a incidência cumulativa em sete dias caia para menos de 50 casos por 100 mil habitantes, com a média nacional atual a estar próxima dos 150 e em 63 distritos, incluindo a capital Berlim, a estar acima dos 200.
Angela Merkel pediu "mais um esforço" aos alemães nas próximas semanas e recorreu ao número de mortes registado quarta-feira para lembrar que "há vidas que estão a desaparecer muito cedo".
A chanceler evitou colocar uma data sobre o fim das restrições, quando questionada sobre o assunto, adiantando que por enquanto estão fixadas até ao início de janeiro.
Bares e restaurantes, teatros, cinemas, museus, 'spas' e ginásios vão manter-se encerrados como até agora, enquanto a capacidade das lojas vai passar a ser de um cliente a cada dez metros quadrados, e de um cliente a cada 20 metros quadrados para grandes áreas comerciais.
Consequentemente, o Governo alemão irá prorrogar o auxílio que aprovou para compensar as perdas derivadas das restrições de novembro - até 75% das receitas em dezembro de 2019 - para as quais pretende alocar entre 15 e 20 mil milhões de euros.
O turismo continua proibido e as máscaras são obrigatórias em locais públicos movimentados, mantendo-se a recomendação do teletrabalho e a limitação dos contactos ao mínimo.
O ajuntamento de pessoas foi reduzido de dez para cinco pessoas de até dois agregados familiares, sem que os menores de 14 anos contem.
As escolas continuam abertas, mas em locais com maior incidência cumulativa, os maiores de 12 anos estão obrigados a usar máscaras também dentro das salas de aula e se a situação se agravar, também está prevista uma modalidade de educação 'híbrida' (presencial e remota) em institutos e universidades.
Após reconhecer que o Natal é uma data especial, Merkel anunciou certas exceções entre 23 de dezembro e 01 de janeiro. Neste período, o número máximo de pessoas juntas aumenta para dez, sem contar com crianças menores de 14 anos.
Considerando cada região diferente, as autoridades locais poderão apertar o flexibilizar as medidas, sendo que o limite de 200 novas infeções por 100 mil habitantes vai ser estabelecido como meta para decidir a introdução de medidas ainda mais restritivas.
A Alemanha registou quarta-feira um novo recorde de mortes pela covid-19, com 410 óbitos em 24 horas. O número de novas infeções em 24 horas foi de 18.633, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI).
O número total de infeções verificadas pelo RKI desde o início da pandemia sobe, assim, para 961.320 - dos quais se estima que 656.400 pacientes estejam recuperados -, enquanto o número de óbitos sobe para 14.771.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.415.258 mortos resultantes de mais de 60 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.