Contra números não há argumentos
O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, apresentado esta semana pela Ordem dos Contabilistas Certificados, é mais uma prova, desta vez por uma entidade externa, com credibilidade e independência, do trabalho de recuperação financeira que está a ser levado a cabo pela Câmara Municipal de Santa Cruz. E, como se sabe, contra números não há argumentos.
De entre os números apresentados, realço que dos 11 municípios da Madeira, Santa Cruz foi aquele que registou o maior montante de descida de passivo, num total de 3,7 milhões de euros.
Estes números assumem grande relevância, nomeadamente para esclarecer os PSD´s desta vida, que acham que tudo isto é gestão corrente, que tudo isto não passa de uma obrigação nossa, e de que, no fundo, tudo isto é uma brincadeira. São sempre declarações eivadas de irresponsabilidade e ignorância, alegremente esgrimidas por criaturas que têm o cuidado de esconder ou ignorar que a dívida que está a ser paga tem um ‘pai’. E esse foi o PSD. Partido que, esse sim, criou uma dívida como quem brinca com o que não é seu.
Claro que, dizem eles, tudo isto é passado. Mas, como prova o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, este passado é presente e ainda pesa nos orçamentos municipais e até tem implicações nas finanças da Região. A dívida não é passado, como não é passado a atitude criminosa de quem a fez.
Percebe-se que ao PSD interesse vender a ideia de passado, principalmente agora que se aproximam as eleições autárquicas e que estão ávidos por reconquistarem o que perderam em 2013. Aquela esperteza saloia de quem depois da casa arrumada por terceiros, quer voltar a sentar-se no conforto do poder, fazendo de quem trabalha uma espécie de faxineiros de ocasião que têm como missão e obrigação limpar a porcaria que deixaram. E depois de tudo varrido, os senhores bem pensantes, de sapatinho de sola seca e de braços cruzados querem regressar como se nada tivesse acontecido.
É preciso, no entanto, dizer, com todas as letras, que Santa Cruz recuperou e não foi à custa do PSD. O PSD fez a dívida que está a ser paga por nós. A gestão JPP não só conseguiu o que esta gente pensava não ser possível, mas também tem conseguido fazer o que nunca antes foi feito. No segundo lugar do ranking da independência financeira, Santa Cruz lançou mão a programas sociais que nunca existiram neste concelho. Que o digam os beneficiários do Fundo Social de Emergência, das Bolsas de Estudo, da ajuda à recuperação de habitações, do acesso gratuito ao medicamento, da ajuda às pequenas cirurgias.
Além disso, há um plano de investimentos que chega a todos, desde as grandes repavimentações, à reabilitação dos centros urbanos, à eficiência energética e recuperação das redes de água e saneamento, até às pequenas obras que chegam a estradas de terra batida que eram há anos prometidas pelo PSD. Mas é claro que são lugares desconhecidos de quem fez uma dívida sentado no gabinete e assinou contratos sem lei ou procedimentos.
Esta é a história abreviada do tal passado que não é passado, porque ainda estamos todos a pagar. O PSD, tão preocupado em saber as receitas da Câmara, deveria era fazer a pergunta certa: quanto mais não poderia estar a ser feito se não houvesse uma dívida para pagar? Este sim é um bom exercício. Um exercício para gente honesta e forte como é o povo deste concelho. Afinal, dois fracos não reza a história.