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Risco de Portugal não estar preparado para receber vacina é "zero"

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A ministra da Saúde garantiu hoje que o risco de Portugal não estar preparado para vacinar contra a covid-19 quando a vacina for distribuída é "zero", referindo que "há muito" que o país se está a preparar.

Numa conferência de imprensa que decorreu esta tarde no Porto, e em resposta à pergunta sobre qual o risco que Portugal corre de haver uma vacina aprovada e o país não estar preparado para começar a vacinar, Marta Temido respondeu diretamente "zero" para depois recordar o histórico de contactos e decisões do Governo sobre esta matéria.

"Há muito que Portugal se está a preparar para receber a vacina da covid-19. Desde meados do ano que a Comissão [Europeia] e a Agência Europeia do Medicamento pediu ao nosso país, como pediu aos outros, que indicássemos um representante que depois começou a trabalhar com uma equipa que tem estado a trabalhar (...) no processo de aquisição de vacinas para cada Estado-membro", disse Marta Temido.

A governante recordou o anúncio do primeiro-ministro, António Costa, feito em 20 de agosto no Hospital de Vila Nova de Gaia de que Portugal tinha autorizado a compra de 6,9 milhões de vacinas contra a covid-19, uma medida resultante de uma coordenação entre países da União Europeia e à qual o Estado alocará 20 milhões de euros, para sublinhar a ideia de que o país "está a trabalhar e preparado".

"À decisão de autorização da despesa, os nossos técnicos têm vindo a trabalhar no sentido da identificação dos espaços, dos equipamentos necessários para acomodar o armazenamento de vacinas. E portanto, neste momento, aquilo que continuamos a fazer é garantir que estamos preparados para receber as várias tipologias de vacinas que poderão vir a entrar no mercado. Essa é a garantia que podemos deixar aos portugueses", referiu a ministra.

Marta Temido disse ainda que "Portugal tem um histórico muito significativo em termos de campanhas de vacinação e plano nacional de vacinação".

"Se calhar não discutimos algumas coisas que outros países discutiram. Se calhar nesses planos de países que já os têm disponíveis, está-se a discutir a gratuitidade da vacina. São aspetos da discussão que no nosso país não se colocaram", referiu.

Já sobre as questões logísticas, Marta Temido referiu que em termos de pontos de entrega, já se sabe que todos os produtores vão fazer a entrega das vacinas nos próprios países, considerando que "a questão do transporte não se colocará".

"Quanto ao armazenamento. Temos estado a trabalhar e temos soluções e planos. Estamos a trabalhar nos aspetos logísticos para que quando tivermos a vacina a possamos administrar o mais rápido possível. Compreendo essas questões, o nosso sublinhado é de que estamos ainda a trabalhar. Daremos nota dos detalhes quando todos os pormenores forem conhecidos", disse.

A ministra da Saúde admitiu que também está a ser trabalhada a "comunicação" sobre este tema para "garantir que as pessoas percebem exatamente a quem a vacina se destina, porque é que se destina a um e não a outro, quais são as condições de quem vai tomar primeiro e de quem vai tomar depois".

"Numa fase inicial provavelmente teremos outra disponibilidade de quantidades de vacina. Mas aquilo que se estima é que essa disponibilidade aumentará na primavera e seja possível garantir uma cobertura que o meio do ano, no terceiro trimestre do ano, permita que a estratégia esteja implementada se tudo correr como o planeamento", concluiu.

A governante admitiu que se está a depositar "muita esperança" na vacina, mas apontou que esta deve ser entendida como "mais uma forma de enfrentar esta doença" e que "provavelmente se manterão as medidas de contenção enquanto a vacina estiver a ser administrada".

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,4 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 4.127 em Portugal.

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