Coronavírus País

Madeirense envolvido na distribuição das vacinas para combater a covid-19

Paulo Ferro lidera as operações globais de uma das maiores logísticos mundiais, a DHL

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Há um madeirense envolvido na distribuição das vacinas para a covid-19. Chama-se Paulo Ferro e lidera as operações globais de uma das maiores logísticos mundiais, a DHL.

Numa entrevista concedida à TSF, revelou que desde o dia 18 de Novembro está a ser testada a forma como vai ser feita a distribuição das vacinas para a covid-19 através da realização de voos de ensaio na Europa e nos Estados Unidos.

O especialista afirmou que o transporte não é o principal obstáculo, até porque a DHL tem a capacidade para transportar tudo para qualquer lugar do mundo em apenas 24 horas mesmo a baixas temperaturas, recorrendo ao chamado gelo seco ou neve carbónica. No entanto, o grande desafio é a larga escala da operação.

“Os aviões e os contentores existem, não existe é a capacidade para fazer isto a uma escala global, tudo ao mesmo tempo. Tudo isto tem a ver com etapas. Vamos começar a vacinar no mundo inteiro ao mesmo tempo? Se sim, então não há capacidade nem infraestruturas que cheguem, mas se for feito um planeamento, onde for dada prioridade a um grupo de pessoas em certos países onde o risco é mais elevado e a capacidade de reagir a esta pandemia é mais diminuta, as coisas funcionam”, disse.

Paulo Ferro referiu que no caso concreto de Portugal, não será suficiente apenas um contentor em larga escala para armazenar as vacinas.

“Um contentor em larga escala não sei se será suficiente para armazenar os 20 milhões ou 30 milhões que necessitaremos”, sustentou.

É preciso haver planeamento

Paulo Ferro reafirmou que só através da elaboração de um planeamento as pessoas poderão ser vacinadas atempadamente, caso contrário, é necessário recomeçar todo o processo do zero.

“Parte-se do princípio de que tudo vai correr bem e que se vai conseguir vacinar a tempo, porque se assim não for a validade expira e não há hipótese, é preciso voltar a haver um novo lote e o processo repete-se. Para mim o desafio começa assim que os aviões aterrarem em Portugal e no mundo inteiro, na Alemanha, na Argentina, no Japão e na China. A questão é: o que é que vai acontecer àqueles países, será que estão preparados, que têm infraestruturas, transportes, armazenamento e o planeamento para as datas de vacinação. Porque se nada disso estiver pronto o material estará disponível, mas tudo o resto vai correr mal”, frisou, acrescentando que África e América do Sul são os locais onde há mais dificuldade de distribuição.

O especialista revelou, no entanto, que os testes de distribuição e entrega das vacinas para a covid-19 estão a correr bem.

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