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Agência europeia de aviação vai autorizar regresso do Boeing 737 MAX

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A Agência Europeia para Segurança da Aviação (EASA) manifestou hoje intenção de aprovar o regresso em breve da aeronave Boeing 737 MAX aos céus da União Europeia (UE), mas apenas se forem cumpridos requisitos técnicos e de pilotagem.

Em causa está uma proposta hoje divulgada pela EASA relativa ao Boeing 737 MAX, na qual são estabelecidas as condições e assinala a intenção da agência de "aprovar a aeronave para regressar aos céus europeus numa questão de semanas".

Depois de, em meados de novembro, os Estados Unidos terem dado 'luz verde' ao regresso da aeronave, que esteve fora do mercado devido a dois acidentes que mataram 346 meses em cinco meses, é agora a vez de a UE divulgar, através da sua agência, as condições para aprovação.

Em concreto, e como as investigações da EASA "mostraram que a principal causa" dos acidentes foi relativa a um 'software' que se destinava a tornar a aeronave mais fácil de manusear, a agência europeia exige que este programa operacional seja revisto e que passem a ser emitidos alertas em caso de mau funcionamento, para evitar uma "total perda de controlo da aeronave".

Acresce que "a análise do fator humano foi outra área de foco", tendo a agência chegado à conclusão que "muitos pilotos nem sequer sabiam" que existia este 'software'.

Por essa razão, passa a ser exigida "formação obrigatória para todos os pilotos do 737 MAX antes de voltarem a pilotar o avião", bem como atualizações nos manuais de voos.

A EASA vai, ainda, exibir testes dos sistemas e um primeiro voo de teste sem passageiros antes da utilização comercial de cada aeronave desta gama.

Após este processo, no qual estiveram envolvidos cerca de 20 peritos da agência durante cerca de 20 meses, a EASA tem agora "a confiança necessária para declarar que a aeronave será segura para voltar a voar", vinca este organismo europeu na nota de imprensa.

Citado pelo comunicado, o diretor executivo da EASA, Patrick Ky, sublinha que esta análise europeia foi feita de forma "independente" daquela realizada pelos Estados Unidos, embora "em estreita colaboração" com o regulador norte-americano e com a fabricante Boeing, visando então que "os trágicos acidentes não se repitam".

Tal investigação comunitária culminou na proposta de requisitos hoje divulgada, que estará em consulta pública durante 28 dias até ser adotada.

Para janeiro de 2021 está prevista a publicação final desta diretiva, que significará a autorização formal para a aeronave Boeing 737 MAX poder operar no espaço aéreo da UE.

Na semana passada, os Estados Unidos autorizaram que o Boeing 737 MAX volte a voar, quase dois anos depois da proibição na sequência de dois acidentes que mataram 346 pessoas em cinco meses.

Porém, tal como a EASA, a administração federal de aviação dos Estados Unidos (FAA) exigiu algumas modificações nos aviões antes de estes poderem voltar operar, bem como formação necessária para pilotos e trabalhos de manutenção e de verificação nos aparelhos.

O Boeing 737 MAX fará o seu regresso num setor duramente atingido pela pandemia de covid-19.

Com as companhias aéreas financeiramente perturbadas e um tráfego reduzido, a Boeing perdeu um total de 393 encomendas nos primeiros 10 meses do ano.

No entanto, retomará as entregas, o que lhe permitirá robustecer a tesouraria das empresas.

O fabricante com base em Seattle tem atualmente 450 aeronaves em 'stock'.

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