Madeira

Maiores e vacinados

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Boa noite!

Há por aí uma febre desmedida à conta da vacina contra a Covid-19. Talvez seja altura para dosear a legítima expectativa, não vá a crença no milagre gerar desilusão.

É bom saber que os laboratórios não têm parado e que há reais motivos para termos esperança. A mais recente vacina cujos ensaios clínicos foram divulgados, a do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford, tem uma taxa média de eficácia de 70%, enquanto as da Pfizer/BioNTech e da Moderna apresentam, segundo os resultados preliminares, taxas de eficácia na casa dos 90%.

É importante perceber que os resultados dos testes clínicos avançam a bom ritmo embora falte o passo decisivo, aquele que comprova a eficácia propagandeada, sem a qual não haverá confiança instalada capaz de promover uma "grande campanha de sensibilização" para convencer a população a tomar a futura vacina, como lembrava hoje o director do Serviço de Infecciologia do Hospital Curry Cabral.

É relevante atender a pormenores que introduzem desafios logísticos sem precedentes. Por exemplo, sabe-se que as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna exigem transporte armazenamento a temperaturas extremamente baixas, inferiores a 70 graus negativos, o que levanta problemas relacionados com o transporte aéreo.

É entusiasmante ouvir a directora-geral da Saúde assumir que o plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal está a ser preparado "há meses” e que está a ser pensada toda a logística, nomeadamente transporte, rede de frio e de administração, planos de comunicação e informação, dependendo de onde vier. Graça Freitas assegura mesmo que a vacina “há de chegar de alguma forma e de acordo com as características da vacina haverá um ponto de chegada e pontos de distribuição secundários, ou seja, como para todas as outras vacinas e de acordo com um plano pré-estabelecido, as vacinas são enviadas para as farmácias de locais descentralizados do país”.

Como somos maiores e vacinados desconfiamos das promessas fáceis. Bastou ouvir especialistas para chegar à conclusão que desde a produção até ao utente final há um longo caminho a percorrer que implica planeamento minucioso, rede de distribuição funcional, transporte eficaz e rigor na aplicação da vacina. Por isso, talvez não fosse má ideia colocar a gerir a cura quem não está demasiado envolvido na doença.

Se com as vacinas da gripe foi o escândalo que se viu, imagina-se o que será com a desejada solução para todos os males que nos atormentam, até que chegue o próximo vírus.

No rodapé solidário do ‘Boa noite’ de hoje  dou expressão ao apelo da Associação World Needs, que através da plataforma online GoFundMe, lança uma campanha de crowdfunding com o objectivo de angariar apoios financeiros para a execução de projectos idealizados, no âmbito social e humanitário, que decorrerá até ao final do ano.

Com esta campanha, a World Needs pretende angariar verbas para o apoio a missões de voluntariado internacional em África desenvolvidas pela associação, em investigação de problemas sociais, como a Igualdade de Género em Portugal, e ainda, na aquisição de bens não perecíveis, apoiando instituições de acolhimento de crianças e jovens em risco.

O acesso à campanha online pode ser feito através do link doar.wneeds.org e, ainda, todos os interessados podem ajudar através do IBAN PT50 0033 0000 45603252529 05, ou por outros meios de pagamento acessíveis em wneeds.org/donate.

A World Needs é uma organização sem fins lucrativos, fundada a março de 2020, cuja missão é cooperar para que o desenvolvimento social seja um elemento ativo na promoção da educação, ciência e solidariedade.

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