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A moralização da justiça

Os muito poucos que nada produzem levam vantagem sobre os quase todos que tudo fazem

“Esplanada fica sem tábuas pela 6ª vez. Este vandalismo é praticado por indivíduos já referenciados pelas autoridades, que retiram as tábuas com o intuito de se apoderar de moedas…” Diário de Notícias, 18 de Novembro de 2020.

O que têm feito as autoridades policiais para resolver o assunto???...

“Meliantes, já referenciados pelas autoridades, praticam sucessivamente actos de vandalismo e furtos em estabelecimentos em algumas ruas da baixa do Funchal”…O que tem vindo a acontecer a esses indivíduos já sobejamente conhecidos da PSP???...

Os indigentes proliferam pela cidade, importunando o cidadão comum e deixando um rasto de lixo por onde passam. O que é que, quem de direito, tem vindo a fazer para travar este descalabro social???...

O ruído ensurdecedor gerado por motas e viaturas transformadas, conduzidas por verdadeiros mentecaptos, incomoda o cidadão praticamente 24 horas por dia, na mais completa ilegalidade e impunidade… Pergunta-se, o que têm feito as autoridades policiais para pôr termo a esta praga crescente???...

A estas questões, e porventura outras mais que não cabem neste escrito, a resposta é: Nada!!!...É o deixar andar…

A génese de tudo isto, reside no facto de que as forças de segurança (principalmente a PSP), têm vindo gradualmente a perder a autoridade, ou seja, têm vindo a ser “democraticamente” desmanteladas. Como resultado, temos que, a grande maioria dos portugueses, que paga os seus impostos, que vive pacificamente dentro da lei e do civismo, e que contribui de facto para a sustentabilidade do País, é sistematicamente prejudicada nos seus interesses e na sua segurança, por uma ínfima minoria de marginais, que impunemente por aí gravita e muito incomoda.

Temos na actualidade, uma sociedade a viver ao contrário, onde, os muito poucos que nada produzem levam vantagem sobre os quase todos que tudo fazem.

Nunca tão poucos incomodaram tantos!...

Sinto que a sociedade está a atingir o ponto da saturação, e que anseia por medidas e acções concretas para voltar a moralizar o sistema. Não é com cinzentismo político, com aqueles discursos redondos (onde não há ponta por onde se pegue), e onde impera o “não confirmo nem desminto”, que se conseguirá assistir ao Renascimento que muitos desejam.

Torna-se evidente, que um Auto de Notícia instaurado por uma força de segurança, só por si deveria fazer fé em tribunal, salvo prova em contrário. É incongruente e humilhante fazer sentar no banco do tribunal o Agente da autoridade, lado a lado com o marginal, quando aquele deveria ocupar um lugar de destaque compatível com a posição que ocupa, no âmbito das forças estruturantes do Estado.

Por outro lado, a gradação das penas aplicáveis deveria sofrer uma actualização e endurecimento, face a certas atitudes ofensivas, das quais destaco três, a título de exemplo: Tráfico de droga (que tanto mal causa a muita juventude e é responsável pelo sofrimento e pela destruição de tantos agregados familiares); Pedofilia (que tanto crime comete contra crianças indefesas e inocentes, deixando traumas enormes que a idade não faz apagar); Incendiários (que tantos danos causam ao Ambiente e à economia do País, para não falar das vidas e habitações frequentemente afectadas).

É evidente que quem comete tais monstruosidades, não deveria merecer qualquer contemplação, por ser nocivo à sociedade. Também não é justo que sejam os contribuintes a pagar a sua “hospedagem” a longo prazo, num qualquer estabelecimento prisional. Concerteza que se encontraria alguma unidade militar desactivada, que pudesse adaptar-se a um regime especial de auto-gestão, onde esses reclusos se ocupariam a produzir o seu sustento (agricultura e pecuária), e a confeccionar as suas próprias refeições.

Por aqui me fico, com a minha legítima indignação, não sem antes deixar de referir a total injustiça quanto à forma vigente da atribuição do subsídio de desemprego, que apenas incentiva à vadiagem. Quem recebe esse “ordenado” (mais uma vez pago por todos nós), não deveria ficar em casa, ou encostar-se à tasca do lado, mas sim, trabalhar no tão carente sector público, ou até no privado, devidamente enquadrados.

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