Madeira

Festas ilegais nas serras preocupam: "Os jovens gostam de arriscar", diz Nelson Carvalho

Para contornar as regras impostas para combater a pandemia, há quem organize eventos clandestinos a meio da floresta

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Estão a surgir cada vez mais festas clandestinas no meio da Natureza, como forma de contornar o encerramento dos bares e discotecas na Madeira. O tema faz a manchete da edição impressa desta segunda-feira do DIÁRIO e conta que o Poiso é um dos sítios eleitos para fugir às limitações impostas pelo Governo Regional. Estes eventos são organizados e frequentados  maioritariamente por jovens e implicam música a meio da floresta e álcool à mistura. Especialista em assuntos relacionados com as camadas etárias mais jovens e com o consumo de álcool e substâncias ilícitas, o director da Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos, (UCAD), conversou com o DIÁRIO sobre o “risco acrescido” destes eventos.

Nelson Carvalho acredita que a comunicação e os alertas que estão a ser levados a cabo são positivos, e que se há altura para os jovens serem responsáveis, é esta: “Tem havido um esforço do Governo Regional, através das autoridades de saúde, na comunicação, cuidado e aplicação das medidas restritivas, mas os jovens gostam de arriscar. Esta situação preocupa-me por dois motivos: por um lado, naturalmente, devido à pandemia, uma vez que é uma situação de risco potenciada pelo consumo de substâncias psicoactivas. O distanciamento social é facilmente esquecido e o risco de transmissão é maior; E, por outro lado, porque estão a pôr em causa todo o trabalho da Região no combate à pandemia, bem como os familiares e amigos”, considerou.

Para o especialista, “é uma irresponsabilidade não seguir as regras da ciência e das autoridades”, uma vez que estas foram implementadas para “não agudizar a pandemia”. Nelson Carvalho lembra que no Continente “o confinamento já é feito a partir das 13 horas”, algo que só não acontece na Região “pela boa condução” da Região.

Questionado sobre se a fiscalização deve ser apertada e também focada nos pontos florestais, o director da UCAD, sublinha que tem “existido muita fiscalização, um papel importante da PSP e da ARAE, mas cada cidadão tem de ser um agente de saúde pública”.

Além do mais, Nelson Carvalho também defende que os pais e encarregados de educação devem ter um papel determinante na monitorização dos jovens, “até porque eles próprios podem tornar-se num foco de transmissão”. Ou seja, “é preciso consciencializar e ser um agente de saúde pública”, repete, acrescentando que as festas clandestinas não se limitam às no meio das serras, "mas também em bares, e frequentadas, quase de certeza, também por adultos”.

Por isso, insiste na mensagem: “É preciso controlarmos agora para minimizar efeitos mais pesados da pandemia. Temos de ter responsabilidade social, temos de ser agentes de saúde pública”. 

Saiba mais na sua edição impressa de hoje. 

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