Mulheres Socialistas prestam homenagem às vítimas de violência
As Mulheres Socialistas da Madeira organizaram este sábado, dia 21 de novembro, na Ponta do Sol, uma acção com o propósito de assinalar o ‘Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres’.
A actividade, denominada 'Árvore dos Silêncios', consistiu na plantação de uma árvore com o objectivo de "chamar a atenção para o drama vivido por todas as mulheres que são vítimas de violência, seja nas suas relações de intimidade, local de trabalho ou na sua vida social".
Na ocasião, Mafalda Gonçalves, presidente das Mulheres Socialistas da Madeira, procurou deixar uma mensagem de "esperança a tantas outras mulheres que vivem diariamente este drama".
A também deputada socialista na Assembleia Legislativa da Madeira explica assim que “a árvore escolhida é uma ‘Myrica Faya’" (uma espécie da floresta Laurissilva, mais conhecida como ‘Faia-das-ilhas’), que simboliza "a resistência de todas as mulheres vítimas de violência que superam esta problemática social".
"Faia-das-ilhas simbolicamente por cada uma dessas mulheres que sofrem no silêncio da sua dor, pois sãos, elas próprias, uma ilha, porque ficam isolada muitas vezes dos seus familiares e dos seus amigos, pela pessoa que agride”.
Além da ‘Myrica Faya’ de maior porte as Mulheres Socialistas plantaram ainda, no mesmo local, uma árvores mais pequena "que, neste caso, simboliza os filhos das vítimas de violência que também sofrem” com este flagelo social.
“Estas mulheres vivem no silêncio da sua dor, na vergonha que sentem apesar de serem elas as vítimas, por vezes decorrendo muito tempo até conseguirem denunciar as pessoas que as agridem ou assediam”, enfatizou.
Mafalda Gonçalves deixou ainda críticas ao Governo Regional quanto ao "papel pouco activo nesta matéria". “A verdade é que não existe uma estratégia regional para igualdade, nem uma estratégia regional para o combate à violência”, sustentou.
Sobre o Plano Regional de Combate à Violência Doméstica, que efectivamente existe na RAM, a socialista observa que é “basicamente um compilar daquilo que associações que são parceiras deste plano já fazem diariamente no terreno”.
Frisou ainda que “é de lamentar também que seja tão difícil aceder a dados sobre a violência contra as mulheres na RAM”, referindo que, "relativamente ao ano 2020, não temos, para já, dados concretos de quantas queixas é que houve, quantos crimes é que aconteceram, que seguimento é que foi dado a esses crimes”.