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FARC denuncia assassínio de ex-guerrilheiro

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O partido Força Alternativa Revolucionária Comum (FARC) denunciou hoje o assassínio de um desmobilizado, junto à fronteira com o Equador, elevando o total de ex-guerrilheiros mortos desde a assinatura do acordo de paz de 2016 para 242.

As FARC, um partido político anunciado em 2017 proveniente das dissolvidas Forças Armadas Revolucionárias da Colombia-Exército Popular, e que utiliza a mesma sigla da formação guerrilheira da América Latina que esteve ativa mais de meio século, referiu que Bryan Steven Montes foi abatido a tiro no município de Puerto Caicedo, no departamento de Putumayo.

"Não queríamos continuar a divulgar estas factos. Ontem, na zona rural de Puerto Caicedo, Putumayo, foi assassinado o companheiro Bryan Steven Montes. Com ele, são 242 sonhos de paz frustrados", anunciou a FARC nas redes sociais.

"Desconhecemos os motivos ou os autores deste atentado", lê-se na mensagem.

Segundo a sua mulher, e ao contrário de outras situações, Brian Steven Montes nunca tinha recebido ameaças de morte.

As autoridades indicaram que na zona onde ocorreu o atentado operam dissidências das FARC e grupos ligados ao narcotráfico, mas os dirigentes deste partido também têm acusado formações para militares de extrema-direita, com ligações a setores do aparelho de Estado, de envolvimento nestes assassínios.

No final de outubro, ex-combatentes de todas as regiões do país promoveram uma marcha em direção a Bogotá "Pela paz e pela vida", para denunciar os assassínios dos seus companheiros.

Esta mobilização terminou em 06 de novembro numa reunião com o Presidente colombiano, Ivan Duque, que qualificaram de "promissora".

Duque recebeu na Casa de Nariño, sede do executivo, uma dezena de ex-combatentes que lideram os processos de reincorporação e que manifestaram a sua preocupação pela forma como decorre a reincorporação dos ex-guerrilheiros na vida civil, e a aplicação do acordo de paz de 2016.

De acordo com o último relatório do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, perante o Conselho de Segurança sobre o balanço da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, "a incessante violência contra ex-combatentes continua a afetar a consolidação da paz".

O documento, apresentado em 02 de outubro, assinalava que no corrente ano de 2020 tinham já sido assassinados 50 ex-guerrilheiros das FARC, incluindo duas mulheres.

"Em 2020, 30% dos assassínios foram cometidos perto das novas áreas de reincorporação, que na sua maioria estão situadas em remotas regiões rurais", assinalaram as Nações Unidas.

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