Coronavírus Madeira

Prevenção para evitar mais covid-19 entre bebés

Médico defende que pais não levem crianças adoentadas para as creches e infantários e recomenda quarentena nas entradas, sem excepções

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Foto Shutterstock

Cuidados redobrados é a única forma de evitar que o número de casos de covid-19 em bebés aumente na Madeira, defendeu um clínico nesta área ao DIÁRIO, recomendando aos pais que não levem as crianças para as creches e infantários caso haja qualquer sinal de que possam não estar bem. Há pelo menos oito bebés que contraíram o vírus desde o início da pandemia, destes sete foram só nesta segunda vaga. O clínico defende ainda a quarentena para quem vem de fora, mesmo quando o teste é negativo.

Nas contas oficias da covid-19 não estão separados os bebés das restantes crianças. A primeira faixa etária de referência para a apresentação dos dados é entre os 0 e 9 anos e revela que foram identificados na Madeira 26 contágios nestas idades desde Março.

Ontem foi notícia que a Madeira atingiu o recorde de casos de 24 horas, foram 23 num só dia, o máximo desde que o SARS-CoV-2 foi detectado pela primeira vez na Região. Foi também notícia neste jornal, está na edição de hoje, que há mais seis bebés com covid-19 que frequentam dois infantários.

“Nós estamos em plena segunda ronda na Europa, os números de casos crescem exponencialmente, as pessoas têm de cumprir as regras”, alerta o médico, que pediu reserva de identidade. Recorda a importância de cumprir o afastamento social e evitar todas as situações de festas e ajuntamentos. Outro aspecto muito importante, ressalva, é quando alguém tem algum sintoma associado à doença deve contactar logo a Linha SRS24 (800242420) e não deve ir para o trabalho ou para a escola.

O menino está constipadito, como eles dizem, está com tosse, está maldisposto, tem febre, fica em casa. E assim evitam-se os problemas. Médico

O médico descarta falhas ou responsabilidade das instituições de acolhimento neste aumento no número de bebés infectados. Diz que sendo crianças pequenas, estando muito próximas, é fácil de haver contágio. “As pessoas têm que tomar as medidas e prevenir. Nós sabemos que crianças brincam muito, são muito próximas. É como na gripe, há maior facilidade num agregado ou numa zona de pessoas muito próximas, é muito mais fácil a transmissão.”

Tendo em conta que os bebés não usam máscara, que o distanciamento entre crianças é mais difícil de conseguir, que há sempre muitas secreções e contacto, faz sentido continuar a colocar os bebés nas creches nesta fase? “Podemos continuar a ter a nossa vida desde que tomemos as medidas necessárias. Se não levarem meninos para as escolas doentes, não há o problema de propagação de vírus. Uma das regras é: só vai trabalhar, só vai para a escola quem não tem sintomas”, respondeu o especialista.

Portugal e a Europa em geral estão em plena segunda vaga com o número de novos casos a crescer. O clínico diz que é importante ter muito cuidado quando se recebe pessoas de fora, de outras zonas e defende o isolamento na chegada à Região. “Aproxima-se agora o mês de Dezembro, muitas pessoas regressam à Madeira. Devem fazer a quarentena. Ponto!” Sobre os casos em que o resultado é negativo, é peremptório: “Não interessa. A pessoa chega, faz teste, deu negativo. Não significa nada. Significa que naquele dia é negativo. No dia seguinte pode ser positivo.”

A quarentena deve idealmente ser de 14 dias, diz. No mínimo que sejam sete dias, recomendou, para pessoas que viajam para a Região desde o Reino Unidos, bem como de todos os outros países ou áreas com transmissão comunitária activa, incluindo Portugal continental. “Todas as áreas que têm transmissão comunitária activa, incluindo o nosso país. A Norte, Centro e Sul, mas particularmente no Norte, há que ter redobrados cuidados”, defendeu.

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