Pensar o futuro
Boa noite!
Lembram-se daquela frase batida e colorida dos primeiros momentos de Covid em que toda a gente dizia que iria “ficar tudo bem”?
Fizeram-se poemas, canções, murais e votos para que assim fosse, mas passados nove meses o “tudo bem” é, com honrosas excepções, uma miragem, mesmo que haja esperança discursiva, a apregoada robustez do serviço regional de saúde e as promessas de injecções vitais, financeiras e de confiança.
Hoje desconstruímos essa convicção inicial num contexto manifestamente adverso e perante um cenário repleto de incertezas. Pedro Ramos, André Barreto, André Caldeira e João Ribeiro da Costa deixaram contributos válidos para encararmos os próximos tempos com a máxima prudência, mas com a serenidade necessária para que nada se perca.
O futuro próximo na Região está nas nossas mãos, as mesmas que devem ser permanentemente higienizadas e que são essenciais para tratar dos que vão precisar dos cuidados de saúde, para dar solidariedade às vítimas da pandemia económica, para confortar os que desanimam entre escombros e para impulsionar os empreendedores da nova era, mais digital é certo, mas não menos humana.
Hoje fechamos um ciclo que percorremos desde 28 de Abril, com as conferências ‘Pensar o futuro’ que o DIÁRIO organizou, em parceria com a NOS Madeira, Socicorreia e Santander Totta. Foi nosso objectivo definir estratégias globais e sectoriais para esta Região que servimos. Há todo um povo que tem sofrido os impactos da pandemia, mas que tem ao seu dispor instrumentos e ideias para preparar de forma sustentada a existência numa nova normalidade, o que obriga a adaptações constantes, a novas posturas e a mudanças de hábitos, de mentalidades e de políticas.
Acreditamos numa sociedade melhor, mesmo que o vírus não saia das notícias e não nos deixe em paz. Com resiliência e esperança havemos de vencê-lo ou com ele conviver. Sem deitar a toalha ao chão, sem renunciar a valores, sem ostracizar vítimas. Mas acima de tudo, sem esquecer quem amamos, mesmo que já tenhamos saudades daquele abraço.