Madeira

Benefício do infractor

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Boa noite!

Um dos efeitos colaterais da crise pandémica é a apetência crescente de quem tem legítimas razões de queixa em vingar-se naqueles que lhes dão palco e ouvidos.

Os incidentes que envolveram os jornalistas que cobriam o protesto dos empresários da restauração, no sábado, no Rossio, em Lisboa, são mais do que um caso de polícia e crime público. São um claro sinal de preocupante colapso social de dimensões incalculáveis. Que urge cuidar, antes que seja tarde.

As ameaças verbais e insultos de que são alvo os jornalistas que todos os dias assinam notícias irrefutáveis, embora consideradas menos simpáticas para os negacionistas, configuram muitos mais do que os desequilíbrios emocionais partilhados com heroísmo nas redes ditas sociais. São manobras premeditadas para meter medo a quem tem pacto com a verdade.

Os atentados ao direito à informação não se resolvem só com queixas e queixinhas, muitas delas inconsequentes e demoradas. Até para que o infractor não volte a ser beneficiado, como se prova no relato feito pelo Observador: “Uma dezena de manifestantes correram irados em direcção à equipa da Rádio Observador, facilmente identificada pelo microfone. Perante a ameaça de agressão iminente, a PSP retirou a nossa equipa do local, para garantir a sua segurança".

O jornalismo precisa urgentemente da lei da vantagem, caso contrário, não tarda nada, também estará 'a pão e água'.

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