Setembro confirma lenta retoma do turismo e recuperação de perdas
As dormidas caíram 65%, os proveitos totais baixaram 68% e os de aposento menos quase 69%, face ao mesmo mês do ano passado
Os "estabelecimentos de alojamento turístico na RAM contabilizaram 271,5 mil dormidas, -65,1%" em Setembro de 2020 face ao período homólogo, tendo nesse período baixado em 68,1% os proveitos de aposento e caído 68,6% os proveitos de aposento. Estes valores, divulgados esta manhã pela DREM, mostram que, tal como nos meses a seguir à reabertura da Madeira ao turismo externo, há uma lenta recuperação.
"As estimativas referentes a setembro de 2020 revelam que 50,6% dos estabelecimentos do alojamento turístico da RAM registaram movimento de hóspedes neste mês (68,8% da capacidade do alojamento turístico total)", diz a DREM. "Analisando por segmento, verifica-se que a hotelaria é a que apresenta maior percentagem de estabelecimentos do seu segmento com movimento de hóspedes (68,9%), seguido do turismo no espaço rural com 66,7% e do alojamento local com 48,6%".
Nesse mês, "excluindo o alojamento local com menos de 10 camas, as dormidas do alojamento turístico apresentaram um decréscimo de 66,2% relativamente a setembro de 2019".
"No país, as dormidas apresentaram uma quebra de 53,4% enquanto os proveitos totais e de aposento observaram, pela mesma ordem, variações negativas de 59,2% e 59,5%", o que continua a revelar que o impacto na Madeira desta crise está a ser, ainda, muito maior do que no território nacional.
"A hotelaria concentrou 79,1% das dormidas, decrescendo 67,3% em termos homólogos, enquanto o alojamento local registou uma quebra de 54,0%, congregando 18,1% do total de dormidas. Por sua vez, o turismo no espaço rural e de habitação, contemplou apenas 2,8% das dormidas, revelando uma diminuição de 50,1%", continua a Direcção Regional de Estatística.
Mais, olhando ao acumulado dos nove meses, "de janeiro a setembro de 2020, as dormidas no total do alojamento turístico na Região registaram um decréscimo de 66,4% comparativamente ao período homólogo, rondando os 2,1 milhões, enquanto os proveitos totais e de aposento apresentaram quebras de 68,9% e 69,1%, respetivamente", acrescenta.
"Nos principais mercados emissores, as variações estimadas de dormidas no mês de setembro de 2020, mostram um desempenho mais gravoso para o mercado francês (-83,5%), enquanto os mercados britânico e alemão, registaram quebras a rondar os 70%, com variações menos acentuadas que no mês anterior, de -69,4% e -71,6%, respetivamente", confirma a ideia da lenta recuperação dos mercados com o passar do tempo. Pelo menos foi assim até Setembro.
"O mercado nacional registou uma queda significativamente menos pronunciada nas dormidas, na ordem dos 13,1%. Em termos acumulados (de janeiro a setembro de 2020), o mercado francês, tal como no mês anterior, continua a registar a maior quebra com -82,1% de dormidas, seguido do mercado alemão e britânico, com decréscimos de 66,9% e 66,0%, respetivamente. O mercado português apresentou, para o mesmo período, a quebra menos acentuada, de 41,9%, relativamente ao período homólogo", também confirmando a 'ajuda' que os turistas portugueses deram neste período.
"O valor da estada média registou um aumento relativamente ao mês anterior (4,31 noites), chegando às 4,50 noites", que, recorde-se foi Agosto, habitualmente era o mês mais forte em termos de procura, receitas, preços.
"A taxa de ocupação-cama do alojamento turístico no mês em referência não ultrapassou os 29,8%, 36,0 pontos percentuais abaixo do observado no mês homólogo. Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 33,2%", percentagens muito significativas e completamente fora de uma perspectiva normal e que serão sempre olhadas como uma disrupção temporal.
è o caso do rendimento por quarto disponível. "O mês de setembro de 2020 continuou a registar valores significativamente baixos no RevPAR, que rondou os 21,39 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), -58,8% que no mesmo mês do ano precedente. A hotelaria evidenciou um decréscimo de 58,4%, com um RevPAR de 23,48 euros", explica a DREM.
Por sua vez, "o proveito por quarto utilizado (ADR) passou de 69,54€ em setembro de 2019 para 64,49€ em setembro de 2020 (-7,3%)", registando aqui um claro sinal neste indicador mais recente destas estatísticas.