Desporto

“O União não pode ser mais um exemplo do banco bom e o banco mau”

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O presidente da SAD e do CF União, Sérgio Nóbrega, refuta acusações e deixa ideias para o caminho que os azuis-e-amarelos devem seguir nos próximos tempos. “O União não pode ser mais um exemplo do banco bom e o banco mau. Não pode ser fechar o velho e abrir ao lado o novo, deixando calotes e seguindo em frente como se nada fosse”, disse em entrevista ao DIÁRIO.

Em resposta às acusações feitas pelo vice-presidente demissionário Pedro Araújo, garante que “a única reação é repúdio”. “Uma constante falta de verdade aos factos verificados, e o mais grave, inverdade que têm gerado a instrumentalização pelos dois membros da ADUM em relação a pais, atletas e funcionários, com introdução de falsidades e calúnias que em nada dignificam a nossa instituição”, sublinha Sérgio Nóbrega.

O presidente da SAD do União deixa ainda outra explicação: “Foi criada uma comissão de acompanhamento das duas direções, para que fosse mais fácil o diálogo através de um documento orientador. Esse documento foi apresentado à Direção do C. F. União que por unanimidade o aprovou. Com total estupefacção no dia seguinte a uma aprovação por unanimidade em reunião de direção, o representante da ADUM  dá o dito por não dito, introduzindo novos pontos ao documento apresentado, que acabaram por se revelar numa total falta de respeito pelos órgãos sociais que participaram nessa reunião de Direção e que votaram o documento apresentado. Mais se agrava pelo conteúdo dos pontos extra, que originaram o abandono da reunião por parte do nosso representante, Dr. Lino Abreu, e que se deveu à falta de lealdade e desrespeito aos órgãos eleitos por parte dos representantes da ADUM, que tentaram-me calar, colocando um ponto exigia que fosse retirado o direito a votar nos actos de gestão, a membros que tivessem ligação e à SAD, leia-se o Presidente eleito pelos sócios do União”.

Sérgio Nóbrega realça outra insatisfação pela forma que decorreu o processo: “Como se não bastasse, levaram pelas nossas costas, uma carta de demissão pronta a ser assinada ao Vice-Presidente João Carlos Silva, e contactaram o Presidente Adjunto do C.F. União Dr. Emanuel Alves, no mesmo sentido. Actos que reprovamos e que revelam um desrespeito pelos sócios do Clube que votaram e elegeram estes órgãos sociais. Estes actos reprováveis em qualquer organização originaram a retirada de confiança aos dois representantes da ADUM, tendo os efeitos da mesma, ser fazerem sentir, através de uma campanha suja e desonesta, nos dias decorrentes por parte desses dois elementos, que têm atirado o nome do União para a lama”.

“A Direção do CF União jamais irá permitir que se desrespeitem os órgãos sociais eleitos pelos sócios, e que sejam postas em causa as tomadas de decisão que se verifiquem em reuniões de Direção do Clube, ainda para mais por unanimidade, bem como a actos graves de falta de lealdade para com os órgãos eleitos”, acrescenta Sérgio Nóbrega.

Também nega que tenha impedido os treinos. “É totalmente falso e isso pode ser comprovado pelos jogadores e pais, que têm tido a sua prática diária inalterada. Enquanto a Direcção do Clube de Futebol União tiver a maioria legitimada pela eleição dos sócios para liderar, jamais iremos permitir, que alguma criança, seja de que clube for, seja impedida de praticar desporto no Complexo Desportivo do União, uma infra-estrutura da Região Autónoma da Madeira ao serviço do Desporto. Querer misturar os actos de gestão da ADUM com a prática desportiva da formação é falsa e uma infração grave e difamatória à direção do C.F.União”, garante Sérgio Nóbrega.

Pedro Araújo afirmou que só poderiam anular os poderes da ADUM em Assembleia Geral. Sérgio Nóbrega garante que não é assim.Em momento algum foi conferida pela Assembleia Geral do Clube de Futebol União, o direito à ADUM seja para o que for. Voltando a esclarecer a veracidade dos factos, o que ficou aprovado na Assembleia Geral de dia 1 de Fevereiro de 2020, mais precisamente no Ponto Dois – foi a aprovação da Criação da pessoa colectiva representativa do Universo Clube de Futebol União, sendo todo o resto do estreito foro de gestão de ambas as direções, tendo para o efeito sido redigido e outorgado um Contrato de Gestão, que a maioria da direção do Clube de Futebol União, que a maioria da Direção da ADUM, à altura, achou por bem na altura assinar e como suporte para os actos de gestão futuros”

É falso que haja qualquer ilegalidade nos actos da Direção do CF União”, reforça Sérgio Nóbrega, garantindo que “existiu sim a não concordância de um elemento da Direcção do CF União em relação às decisões tomadas em reunião de direção, e o desrespeito através de mentiras e calúnias graves por parte desse elemento demissionário perante os factos consumados, que fazem denotar uma total falta de respeito aos mais elementares direitos conferidos na democracia.

Lembra que a Direção da ADUM tem os mesmos elementos que a direção do C.F. União. “Eram precisamente os mesmos elementos que fazem a maioria da Direção do C.F. União, que fazem a maioria da Direção da ADUM, com a excepção do Presidente, que na ADUM é o Dr. Jaime Gouveia”, sublinhando que o CF União em nada pode influenciar a ADUM: “Não há referência em qualquer estatuto da ADUM, que esta tenha representação ou interferência do CF União em qualquer aspecto da sua gestão, a ADUM é uma Associação Desportiva Autónoma, livre de qualquer ligação ao CF União, além daquelas que são parte integrante do contrato de gestão celebrado entre as partes de boa-fé.  A ADUM é livre de fazer o caminho que os seus sócios e dirigentes melhor entenderem, não estando dependentes do CF União para nada. Nem os mesmos sócios têm”.

As equipas do futebol formação foram inscritas pela ADUM, logo a partir desse momento são atletas da ADUM. A única relação é que o C.F. União disponibilizará as suas instalações para a prática da formação e isso nunca esteve, nem estará em causa”, acrescenta Sérgio Nóbrega.

Garante que mantém “total confiança” nos seus Órgãos Sociais. “Só nós é que sabemos o que fazemos diariamente para manter esta instituição viva”, sublinha.

“Desde que entramos, pagamos mais de 400.000 euros de dívidas do estado, conseguimos mais de 230.000 euros de empréstimo para fazer face a despesas correntes, resolvermos os bloqueios da FIFA que nos bloqueavam a inscrição de jogadores, tudo problemas herdados, e ainda conseguimos erguer com muito esforço de todos o Museu do União”, diz Sérgio Nóbrega, deixando outra mensagem: “Encaramos cada dia como se fosse o último, mas enquanto for humanamente possível, jamais iremos desistir do União”.

“Mas alerto, caso os dois elementos em causa, queiram liderar o C.F. União é simples, existem mecanismos disponíveis nos estatutos para isso, devem usar esses mecanismos e ir a votos, explicando a sua solução para o Clube e candidatando-se a eleições. Só depois de serem eleitos pelos sócios, podem implementar a sua estratégia e visão, mas como se depreende pelas palavras dos referidos responsáveis, assumindo que a única figura jurídica com capacidade de continuidade é a ADUM, revelam que o Clube fundado em 1913 não faz parte das suas prioridades, esquecendo-se que todo o historial desportivo demográfico, historial de troféus e até o complexo desportivo é única e exclusivamente do C.F. União e não contem connosco para acabarem com ele”, observa Sérgio Nóbrega.

“Até lá não compactuaremos com este contínuo arrastar do União para a lama por parte destes senhores, como é notório e recorrente através das redes sociais e órgãos de comunicação social”, conclui o presidente da SAD do União.

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