Ex-ministro brasileiro que minimizou a pandemia testa positivo
O ex-ministro da Cidadania brasileiro, deputado Osmar Terra, que desde o início da pandemia minimizou a doença provocada pelo novo coronavíus e desvalorizou os seus possíveis impactos, anunciou hoje que testou positivo à covid-19.
"Comunico aos que me seguem que testei positivo para a covid-19. Estou bem e sem sintomas. Já iniciei tratamento precoce com hidroxicloroquina e ivermectina. Comecei o isolamento em casa e cumprirei a minha agenda de forma remota nos próximos dias seguindo as instruções médicas", comunicou Osmar Terra, que foi ministro do atual Governo, presidido por Jair Bolsonaro.
Osmar Terra, que foi demitido do cargo em fevereiro por Jair Bolsonaro, chegou a declarar que a quantidade de mortes pelo novo coronavírus no Brasil não ultrapassaria o número de óbitos causados pela epidemia de H1N1 (que matou cerca 2.100 pessoas em 2009).
"O Brasil não vai ser a Itália, não vai ser a Espanha, e vai morrer menos gente [agora] do que de H1N1", declarou o deputado, em março, num debate.
Contudo, as previsões do ex-ministro, que é médico, não se concretizaram, com o Brasil a ser o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 5,7 milhões de casos e 164.281 óbitos), depois dos Estados Unidos.
Terra, que tem 70 anos, também se posicionou contra as medidas de isolamento social decretadas por governadores e prefeitos de todo o país, aliando-se a Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da pandemia em todo o mundo.
O deputado federal, que chegou a ser considerado para ocupar o cargo de ministro da Saúde do Brasil, voltou a errar nas suas previsões, quando, no início de junho, afirmou que a pandemia chegaria ao fim naquele mesmo mês.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.294.539 mortos em mais de 52,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.