O regresso
Boa noite!
O Diário de Notícias de Lisboa vai regressar todos os dias às bancas, ao lugar de onde nunca devia ter saído, o que se saúda. Quem não aparece, esquece e quem chega a essa nefasta fase, não conta para um sem números de equações, embora presente e activo no mundo digital, o mesmo que tem tanto de entusiasmante, como de ingrato, porque ainda incapaz de gerar receita necessária para viabilizar conteúdos de valor.
O DN volta como jornal diário a 29 de Dezembro, a data de aniversário, depois de mais de 2 anos de ausência. A 1 de Julho de 2018, o jornal passou a ser impresso apenas uma vez por semana, primeiro ao domingo, depois ao sábado.
Segunda a nova directora, Rosália Amorim, a versão diária aposta “em três áreas editoriais fortes – política, economia e um jornalismo local focado nos grandes concelhos da Área Metropolitana de Lisboa”. Atendendo à ocupação de espaços pela concorrência e a força dos nichos espalhados pela capital, não seria mal pensado inverter estas prioridades, dando primazia ao que é menos provável que surja nos alinhamentos orquestrados de televisões, rádios e jornais. Contudo, como objectivo não é fazer do DN um “jornal local”, mas sim “uma marca forte” com capacidade de “determinar a agenda política, económica, social ou cultural”, a opção é coerente.
Não foi há muito tempo que tive oportunidade testemunhar um outro rumo. Quem até recentemente dirigia o DN via no “local” a oportunidade sublime para a já detectada necessária regeneração de um projecto com história, mas por vezes moribundo e desligado dos leitores
Pelos vistos, os tempos mudaram e rápido. Resta saber se não estaremos perante mais uma oportunidade perdida num contexto que exige propostas diferenciadoras. Até porque no jornalismo local há marcas fortes, muitas delas melhor adaptadas às exigências de cada tempo. É óbvio que numa Redacção “reduzida” a 20 jornalistas, como se queixa Rosália Amorim, não há milagres. Contudo, a exemplo do que ocorre neste DIÁRIO e em muitos meios de comunicação é possível surpreender, fazer mais com menos e acima de tudo querer servir quem precisa em cada dia de ter o máximo de informação possível para melhor decidir. Coragem DN.