Bolsonaro aparece em capa de revista como 'Joker' apelidado de irresponsável
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi hoje comparado ao icónico personagem 'Joker' da banda desenhada e dos filmes do 'Batman' pela revista semanal Isto É nesta sexta-feira, que o classifica como "irresponsável, inconsequente e insano".
A publicação tornou-se viral nas redes sociais, sendo hoje um dos assuntos mais comentados do Twitter.
A polémica diz respeito à capa da revista, que destaca Bolsonaro vestido e maquilhado como a personagem do 'Joker' e critica declarações do Presidente brasileiro, que define como "irresponsável, inconsequente e insano".
Segundo a revista Isto É, Bolsonaro quer "amedrontar a população, tumultuar a mente das pessoas e promover o caos na sociedade".
A reportagem cita comentários negativos do chefe de Estado brasileiro em relação a uma candidata a vacina contra covid-19 em testes no país, a Coronavac.
Bolsonaro chegou a comemorar a paralisação dos testes do imunizante criado pelo laboratório chinês Sinovac, na sequência da morte de um voluntário, dizendo que isso era "mais uma vitória do Presidente Jair Bolsonaro".
Os testes foram retomados, mas o comentário do Presidente explicitou uma politização desta vacina, influenciada pela rivalidade política que Bolsonaro mantém com o governador do estado de São Paulo, Joao Doria, seu antigo aliado.
A Coronavac está a ser testada no Brasil num estudo comandado pelo Instituto Butantan, instituição de pesquisa e fabrico de vacinas ligada ao governo regional de São Paulo e o governador 'paulista' tem sido apontado como um possível rival de Bolsonaro nas presidenciais de 2022.
O texto também lembra que o Presidente exortou a população a enfrentar a pandemia e criticou quem tem medo do novo coronavírus ao dizer que o Brasil precisa deixar de ser um país de "maricas" [forma ofensiva de se referir aos homossexuais] .
"Quem chama os brasileiros de 'maricas' porque temem e tomam precauções contra uma doença mortífera está disposto a fazer uma loucura a qualquer momento. A declaração homofóbica repercutiu internacionalmente, assim como a interrupção dos testes da vacina", diz a reportagem da Isto É.
O texto também insinua que o Governo brasileiro tenta politizar as decisões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável por autorizar venda e o fabrico de produtos no país, incluindo medicamentos, que havia paralisado os testes da Coronavac depois de receber o aviso sobre a morte de um voluntário que tomou o imunizante, embora o óbito tenha aparentemente sido causado por um suicídio sem relação aparente com o medicamento.