ARM prevê investir 300 milhões até 2044
Amílcar Gonçalves afirmou perante os deputados que "a situação está-se a complicar de forma muito significativa" em relação à saúde financeira da empresa
O presidente da empresa pública Águas e Resíduos da Madeira (ARM) garantiu esta quarta-feira no parlamento madeirense que o montante estimado de investimento da ARM até ao final da concessão (2044) é de 300 milhões de euros. Este montante vai abranger as áreas do abastecimento de água e da recolha e tratamento de resíduos sólidos.
Amílcar Gonçalves foi ouvido, esta tarde, na Comissão Especializada de Recursos Naturais e Ambiente 'sobre os investimentos no sector da água potável e da água de rega da ARM e o seu equilíbrio financeiro face à dívida da Câmara Municipal do Funchal'. Com uma rede de 2.800 quilómetros de levadas, o investimento no sistema de regadio é 34 milhões de euros.
Sobre a saúde financeira da ARM, Amílcar Gonçalves afirmou perante os deputados que "a situação está-se a complicar de forma muito significativa". O concelho do Funchal consome cerca de metade da água destinada ao abastecimento da população e entrega à ARM cerca de 40% dos resíduos sólidos para tratamento.
"Desde 2013 houve um contencioso relativamente a uma questão tarifária, tanto na água como nos resíduos, e esse contencioso arrasta-se até à data”, explicou. Amílcar Gonçalves diz que a câmara do Funchal tem uma dívida “que é quase o nosso volume de negócios anual”. Aclarou que “é um cliente que paga 82% da conta de água e paga um terço da conta dos resíduos”. A continuar assim “não há investimentos nenhuns para ninguém”, afirmou o presidente da ARM, que falou de “bullying financeiro sobre a ARM”.
O líder parlamentar do PS refutou os dados argumentando com uma “quantidade de falsidades incomensurável”. Miguel Iglésias afirmou que o problema da dívida começou há cerca de 14 anos. "Entre 2006 e 2013, anos que a Câmara do Funchal foi presidida por Miguel Albuquerque, a Câmara deixou arrastar uma dívida de 34,4 milhões de euros”, lembrando Miguel Iglésias que foi o próprio Governo da República a acudir com três resgates e que foram realizados três acordos de pagamento entre a autarquia e a IGA/Valor Ambiente".