Quem está em risco de doença por covid-19?
A Madeira deixou de ser a única Região do país sem mortes associadas ao novo coronavírus, após o falecimento de uma mulher, de 97 anos, esta madrugada, no Hospital Dr. Nélio Mendonça. A doente apresentava, segundo a a Secretaria Regional de Saúde e Protecção Civil, "várias comorbilidades associadas". O que quer isto dizer? Quem corre maior risco?
Erica Franco , 01 Novembro 2020 - 12:56
O que são os Coronavírus?
De acordo com a definição da Direcção-Geral de Saúde (DGS): "os coronavírus pertencem à família Coronaviridae que integra vírus que podem causar infeção no Homem, noutros mamíferos (por exemplo nos morcegos, camelos, civetas) e nas aves".
Até à data, são conhecidos oito coronavírus que infectam e podem causar doença no Homem. "Normalmente, estas infecções afetam o sistema respiratório, podendo ser semelhantes às constipações comuns ou evoluir para uma doença mais grave, como a pneumonia".
Dos coronavírus que infectam o Homem o SARS-CoV, o MERS-CoV e o SARS-CoV-2 (conhecido como novo coronavírus) "saltaram a barreira das espécies, ou seja, estes vírus foram transmitidos ao Homem a partir de um animal reservatório ou hospedeiro desses vírus".
O SARS-CoV originou uma epidemia em 2002-2003 e o MERS-CoV emergiu em 2012 e foi causando casos esporádicos de infecção humana ou pequenos clusters de casos de doença respiratória.
O novo coronavírus
O novo coronavírus, SARS-CoV-2, que origina a doença designada covid-19, foi identificado pela primeira vez em Dezembro de 2019, na China, na cidade de Wuhan. Este novo agente nunca tinha sido identificado anteriormente em seres humanos. A fonte da infecção é ainda desconhecida.
Até à data, a pandemia de covid-19 já provocou quase 1,2 milhões de mortos e mais de 46 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Como se transmite?
"A covid-19 transmite-se pessoa-a-pessoa por contacto próximo com pessoas infetadas pelo SARS-CoV-2 (transmissão directa), ou através do contacto com superfícies e objectos contaminados (transmissão indireta).
A transmissão por contacto próximo ocorre principalmente através de gotículas que contêm partículas virais que são libertadas pelo nariz ou boca de pessoas infectadas, quando tossem ou espirram, e que podem atingir diretamente a boca, nariz e olhos de quem estiver próximo.
As gotículas podem depositar-se nos objectos ou superfícies que rodeiam a pessoa infetada e, desta forma, infectar outras pessoas quando tocam com as mãos nestes objetos ou superfícies, tocando depois nos seus olhos, nariz ou boca.
Existem também evidências sugerindo que a transmissão pode ocorrer de uma pessoa infectada cerca de dois dias antes de manifestar sintomas".
A DGS, salienta todavia, que "ainda está em investigação a via de transmissão" da doença.
Quais os sinais e sintomas?
"Os sinais e sintomas da covid-19 variam em gravidade" e vão desde "a ausência de sintomas (sendo assintomáticos) até febre (temperatura ≥ 38.0ºC), tosse, dor de garganta, cansaço e dores musculares e, nos casos mais graves, pneumonia grave, síndrome respiratória aguda grave, septicémia, choque sético e eventual morte", enumera a DGS.
Os dados mostram ainda que "o agravamento da situação clínica pode ocorrer rapidamente, geralmente durante a segunda semana da doença".
"Recentemente, foi também verificada anosmia (perda do olfato) e em alguns casos a perda do paladar, como sintoma da covid-19. Existem evidências da Coreia do Sul, China e Itália de que doentes com covid-19 desenvolveram perda parcial ou total do olfato, em alguns casos na ausência de outros sintomas", acrescenta.
De referir que "80% dos casos de covid-19 apresentam doença ligeira" e "apenas 15% dos casos apresentam um quadro grave, com pneumonia, dificuldade respiratória, com necessidade de internamento e 5% podem eventualmente precisar de cuidados intensivos com necessidade de ventilação".
Quem está em risco de doença por covid-19?
"O vírus não tem nacionalidade, idade ou género, por isso todos corremos o risco de contrair a covid-19".
Ainda assim, a DGS explica que as pessoas que correm maior risco de doença grave por covid-19 são os idosos e pessoas com doenças crónicas (ex.: doenças cardíacas e doenças pulmonares).
Com efeito, a maioria dos óbitos são verificados nas pessoas mais idosas e com outras comorbilidades (outras doenças crónicas), como é o caso da senhora que faleceu hoje na Madeira, que somava dois factores de risco: idade avançada (97 anos) e outras doenças associadas.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelas autoridades de saúde, o maior número de óbitos em Portugal, "continua a concentrar-se nas pessoas com mais de 80 anos".
Todavia, "os casos confirmados distribuem-se por todas as faixas etárias, situando-se entre os 20 e os 59 anos o registo de maior número de infeções, mas é entre os 20 e os 29 que há mais casos de covid-19".
No total, o novo coronavírus já afectou em Portugal pelo menos 65.483 homens e 78.858 mulheres, de acordo com os casos declarados.
Do total de vítimas mortais, 1.302 eram homens e 1.242 mulheres.
Portugal já até à data contabilizou 144.341 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e 2.544 óbitos.
Portugal com mais 37 mortos e 3.062 casos nas últimas 24 horas
Internamentos com novo recorde de 2.122 doentes nos hospitais
Agência Lusa , 01 Novembro 2020 - 14:32
A Madeira soma 446 casos de infecção por novo coronavírus segundo a DGS (447 segundo o IASAÚDE), 167 dos quais activos.
DGS atribui mais seis casos à Madeira
Boletim Epidemiológico ainda não regista primeira morte na Madeira
Erica Franco , 01 Novembro 2020 - 14:29