Madeira

Há imenso lixo no fundo do porto de pesca do Caniçal

Susana Prada culpa utentes do porto de pesca do Caniçal. Teófilo Cunha subscreve

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A operação de limpeza do fundo do porto de pesca do Caniçal realizada esta tarde só permitiu retirar uma ‘amostra’ da preocupante realidade ‘escondida’ debaixo de água, tal é a quantidade e tipo de lixo que existe no fundo do porto de pesca.

O único mergulhador envolvido na acção admitiu aos secretários regionais do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, Susana Prada, e do Mar e Pescas, Teófilo Cunha, haver um ‘mar de lixo’ no fundo do espelho de água. Pneus, resíduos perigosos como baterias e motores, foi algum do lixo hoje retirado.

Susana Prada lembrou que esta é “mais uma acção de sensibilização ambiental”, desta feita dirigida ao sector pesqueiro de sensibilização e preocupação pelas questões ambientais, designadamente para a problemática do lixo marinho. Denunciou que no porto do Caniçal “há um volume enorme de resíduos que de maneira nenhuma poderiam ser atirados para o fundo do mar. Deveriam ser encaminhados para os locais adequados”.

Lixo que neste caso compromete os pescadores que usam aquele porto, uma vez que não se trata de lixo arrastado pelas correntes marítimas. “Não é das correntes [marítimas]. O lixo que aqui é depositado é depositado pelos utentes do porto de pesca do Caniçal”, responsabilizou.

Confirmou de resto que a quantidade de lixo ontem retirada do mar não passa de uma ‘amostra’ tal é a quantidade de lixo existente.

“É verdade. Hoje não foi possível retirar todos os resíduos que se encontram no fundo. Vão ser feitas, nos próximos dias, mais acções de limpeza mas é justamente retirando e divulgando, mostrando o que ali está no fundo que nós pretendemos sensibilizar as pessoas para as boas práticas”.

Realidade que também preocupa o secretário com a tutela do Mar e das Pescas.

Porque “o mar é uma fonte de riqueza e deve ser preservada”, para Teófilo Cunha “o que acabamos de ver hoje é algo que não pode nem deve voltar a acontecer”, manifestou.

“Isto é trabalho de todos”, avisou. “Atira-se e desaparece da nossa vista, mas fica lá no fundo e quem anda lá no fundo” como é o caso de Teófilo Cunha, que também pratica mergulho. Assume por isso conhecer o fundo do mar nalgumas zonas da Madeira e confessa que encontra “situações que não podem continuar a acontecer, porque estamos a matar, nalguns casos a fonte de rendimento, noutros, a biodiversidade marinha”, denunciou.

Exige por isso outro comportamento e mais responsabilidade dos pescadores: “Devemos lutar para que isso não se prolongue mais no tempo”, concretizou.

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