Madeira

Vendas de Vinho Madeira com quebras acima de dois dígitos

No 3.º trimestre de 2020, a comercialização do nosso vinho generoso rondou os 530 mil litros e receitas de 3,2 milhões de euros

None

"Os dados provenientes do IVBAM, I.P. mostram que a comercialização de vinho generoso 'Madeira' rondou os 530 mil litros no 3.º trimestre de 2020, o que se traduziu em receitas de primeira venda de 3,2 milhões de euros", informa a Direcção Regional de Estatística, representando quebras homólogas de -21,3% na quantidade e de -24,2% no valor.

"Em termos homólogos, as exportações para os países da União Europeia registaram decréscimos de 16,6% em volume e de 8,0% em valor, enquanto as vendas para países terceiros tiveram quebras de 7,2% em quantidade e de 21,7% em receitas de primeira venda", acrescenta a DREM. Aliás, "o 3.º trimestre de 2020 foi especialmente penalizador para as vendas de vinho 'Madeira' realizadas no conjunto do território nacional, que caíram tanto em volume (-53,9%) como em valor (-55,1%), facto determinado pela diminuição na parcela referente às vendas na Região, cuja quebra foi ainda superior (-82,9% em volume e -67,6% em valor)".

Nos nove meses de 2020, "observa-se que tanto a quantidade comercializada como o valor de primeira venda apresentaram variações homólogas negativas de 17,2% e 20,4% respetivamente", realça a entidade estatística. "A diminuição nas quantidades foi transversal a todos os mercados: o extracomunitário recuou 13,9%, o comunitário 7,3% e o nacional 51,1%. Quanto ao valor de primeira venda, registaram-se igualmente decréscimos em todos os mercados: no extracomunitário (-15,0%), no intracomunitário (-7,8%) e no nacional (-49,5%)".

Com tudo a correr mal neste ano, quando se compara o mesmo período de 2019, "relativamente aos mercados externos destacam-se as quebras nas vendas para a Holanda (-64,5% nas quantidades e -47,7% em valor), Dinamarca (-33,0% nas quantidades e -17,5% em valor) e para o mercado norte-americano (-21,5% nas quantidades e -34,8% em valor)". Surpreendentemente ou não, "em sentido contrário, salientam-se os aumentos nas vendas para os mercados da Alemanha (+10,2% em quantidade e +7,4% em valor), da China (+5,9% nas quantidades e +57,0% em valor) e da Suécia (+3,8% nas quantidades e +24,0% em valor)", países que têm lidado melhor com a pandemia que assolou a economia mundial.

"Refira-se que, no mercado continental, a quantidade comercializada diminuiu 21,0% e o valor de primeira venda recuou 40,7%", apesar de no mercado turístico, por exemplo, ter sido aquele que mais sustentou outro dos importantes sectores de actividade regional e do qual, também, o Vinho Madeira depende para incrementar as vendas na Região.

"Ainda relativamente ao acumulado do ano corrente, nos dois mercados externos que geraram maior retorno financeiro nas vendas de Vinho Madeira – França e EUA – as variações foram de -6,3% e de -21,5%, respetivamente", sendo que sobretudo o dos Estados Unidos da América era um mercado onde se depositavam fortes esperanças em incrementar as vendas em tempos normais. "Os montantes transacionados de vinho 'Madeira' nestes mercados aproximaram-se dos 2,0 milhões de euros no primeiro caso e dos 1,3 milhões de euros no segundo. Por sua vez, as vendas no mercado regional caíram 58,8% em volume e 51,8% em valor", conclui.

Analisando os acumulados do ano, com 1.792.206,95 litros de Vinho Madeira comercializado que resultaram em receitas de 9.834.514,62 euros na primeira venda, a menos que o 4.º trimestre que já está em andamento venha a significar um 'boom' nas vendas, facto pouco provável dada a dinâmica actual da economia, este 2020 poderá representar o pior ano dos últimos 26 anos. Num cenário realista (se as vendas forem no mínimo iguais ou ligeiramente inferiores ao 3.º trimestre), poderá ultrapassar os registos de 1994, mas ficando aquém de 1995, ano com 3.752.875 litros vendidos por um total de receita de 13.499.251,19 euros.

Vindos de três anos (2019, 2017 e 2018, por esta ordem) como os melhores em receitas (18.666.439 euros, 19.117.401 euros e 19.217.807 euros, respectivamente) desde pelo menos 1976 (os registos disponíveis não recuam além do ano da Autonomia), 2020 poderá significar uma 'quebra de série' inesperada, uma mancha que ficará marcada, também, na história do cinquentenário produto mais reconhecido da madeira além-mar

Fechar Menu