Retirar maioria absoluta ao PS nosAçores será "meia vitória"
O presidente do PSD, Rui Rio, reconheceu hoje que uma retirada da maioria absoluta do PS nos Açores, nas eleições deste mês, seria já uma "meia vitória", embora os sociais-democratas ambicionem vencer o sufrágio.
"É uma meia-vitória, seguramente", declarou Rui Rio, questionado esta noite no telejornal da RTP/Açores a propósito de um resultado que retire a maioria absoluta do PS nos Açores.
As maiorias absolutas, declarou à jornalista Dulce Bradford, "por si só não têm que ser más", mas nos Açores, advoga, recorrendo ao que tem "ouvido", "tornaram-se más".
O PS governa a região desde 1996, e neste sufrágio o PSD avança com José Manuel Bolieiro como número um por São Miguel e putativo candidato a presidente do executivo regional.
Rui Rio está entre hoje e sexta-feira em visita às ilhas do Faial e do Pico, num momento "simbólico", não se deslocando por exemplo a São Miguel e à Terceira, onde defendeu que o atual Governo dos Açores, presidido por Vasco Cordeiro, "não teve o cuidado de eliminar assimetrias" entre as diversas ilhas.
No que refere ao sufrágio de dia 25, o social-democrata reconheceu que a covid-19 representa uma "contrariedade muito grande".
"Por força deste contexto de pandemia, a campanha eleitoral não pode ter a dinamica que normalmente uma campanha eleitoral tem. Tudo isto acaba por beneficiar quem está no poder, a realidade é assim", declarou.
As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).
O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.
O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.
Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.