Madeira

Levadeiro vê com bons olhos reforço da Levada do Norte

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Foto Arquivo

Trazer mais água à Levada do Norte é bom, diz um levadeiro contactado esta manhã pelo DÍARIO, um homem que se ocupa da rega numa zona com 400 regantes e que tem de ouvir as queixas de quem quer mais.

O Verão é complicado na distribuição de água, conta, embora a sua zona, em Câmara de Lobos, não seja das mais críticas.

No seu caso trabalham com cinco zonas de rega. No concelho muitas áreas agrícolas são servidas pela Levada do Norte, que será reforçada com o investimento de 21 milhões de euros que o Governo vai realizar através da Águas e Resíduos da Madeira, notícia que faz a manchete de hoje do DIÁRIO.

21 milhões para reforçar água de rega

Leia, nesta edição, quais as medidas defendidas pelos especialistas

O projecto prevê a construção de dois reservatórios com estação elevatória em São Vicente e Seixal, com capacidade total de 30.000 metros cúbicos de água que vão servir a Empresa de Electricidade da Madeira na produção de energia limpa e depois serão encaminhados para a rega. Serão abastecidos com as águas que aparecem no túnel do Seixal.

“Vai reforçar, é bom”, diz o levadeiro, pedindo anonimato. “Na altura de Verão, não chove, não há água, é normal. Eles estão acostumados a regar com uma levada e meia, chega o Verão regam com uma levadinha de água, é complicado”.

Este homem trabalha o ano inteiro e diz que na Levada do Norte a situação é complicada, também porque há mais procura pela água. E quando falta, são os levadeiros que primeiro ouvem as queixas, que lidam com a revolta de quem vê as culturas a secar. “O levadeiro é que paga tudo, é o mais ‘baixinho’”. Mas diz também que se falar a bem com os regantes, eles entendem. “Conseguem ver, não são cegos”. E no Verão a água desaparece a olhos nus.

Muitos agricultores investiram num reservatório, uma forma de armazenar a água para regar quando mais faz falta e gerir o giro, quando a seca ameaça. Mas em todo o ano importa ter levadeiros durante a noite também, porque a água não pára de girar e os agricultores têm de regar, mesmo de madrugada ou já tarde da noite. Era preciso um levadeiro para orientar a água, evitar desvios que acontecem e que resultam em queixas dos prejudicados. “Já avisamos que tem de estar aqui alguém”. Fica à espera.

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