Mar, oportunidades para um modelo económico sustentável
O ‘Mar, oportunidades para um modelo económico sustentável’ é o tema de abertura do 2.º ciclo de conferências ‘Pensar o Futuro’, iniciativa marcada para as 15h de hoje na Gare Marítima da Madeira
A Madeira está a implementar uma série de iniciativas em diversas frentes da economia do mar com potencial de crescimento sustentável, indo além do turismo costeiro.
A opinião é assumida pelo coordenador para as áreas de empreendedorismo, investimento e inovação para a economia azul, do Fórum Oceano, Ruben Eiras, que é um dos intervenientes na conferência O ‘Mar, oportunidades para um modelo económico sustentável’, iniciativa marcada para as 15h de hoje, na Gare Marítima da Madeira e integrada no ciclo de conferências ‘Pensar o Futuro’.
“Na área do shipping, o registo MAR tem revelado um desempenho bastante forte no seu crescimento tanto no número de navios registados, como também em tonelagem. É muito importante que o registo MAR tenha esta performance, pois é uma peça fundamental para conseguir revitalizar a indústria de shipping nacional, pois coloca Portugal no mapa dos registos de navios, trazendo com este movimento a indústria de financiamento e de seguros ligados à atividade marítima. Aliás o maior armador nacional é madeirense, a saber, o Grupo Sousa”, refere Ruben Eiras.
O especialista em matéria ligadas ao mar refere que é possível fazer mais. E deixa uma sugestão: “Com o registo MAR a crescer desta forma, e com um cabo submarino de fibra ótica do melhor a nível mundial a passar pela Madeira, porque não fomentar a criação de um cluster de serviços digitais ligados ao shipping?”
Na área da aquacultura, julga que também existem projectos interessantes na área da aquacultura offshore. “As águas subtropicais do arquipélago encerram oportunidades muito interessantes. Por exemplo, um lírio (charuteiro) de 2,5 kgs vale no mercado 70€, mais do que dois barris de petróleo e muito acima da rentabilidade por quarto (44€). Se este pescado for criado em aquacultura, transformado e transportado por actores empresariais locais para mercados como o europeu, o norte-americano ou o japonês, o valor acrescentado gerado em toda a cadeia de valor é bastante atractivo”, sublinha.
Ainda sem nenhuma iniciativa lançada, mas com muito potencial, aponta a área das energias renováveis oceânicas. “Um parque eólico offshore flutuante equivalente ao Windfloat Atlantic instalado em Viana do Castelo dá para abastecer 70% da eletricidade da Região. E também pode ser gerado hidrogénio verde. Ou seja, a Madeira tem ao seu alcance a autonomia energética”, opina.
Ruben Eiras refere estar perante projectos que não só podem ser financiados através de fundos europeus, “mas também existe muito apetite dos fundos privados de economia azul sustentável internacionais”. Logo, considera que a Madeira “está bem a tempo de aproveitar bem as oportunidades que o seu mar encerra”.
O debate conta ainda com as intervenções da directora regional do Mar, Mafalda Freitas; do director do Observatório Oceânico da Madeira (OOM), Rui Caldeira; do chefe de divisão da aquicultura marinha da Direcção Regional do Mar, Carlos Andrade; e do empresário ligado às actividades náuticas Pedro Mendes Gomes. A estes juntam-se mais duas intervenções por videoconferência a cargo do administrador da Fundação Oceano Azul, e Emanuel Gonçalves, e de Ruben Eiras.
As conferências ‘Pensar o Futuro’ arrancam assim para um novo ciclo de debates. O evento organizado pelo DIÁRIO, com o apoio da NOS Madeira, Socicorreia e Santander Totta, terá duas sessões em Outubro e duas em Novembro, através de um novo modelo que passa a ser presencial. Esta é a grande novidade do projecto que nasceu durante o confinamento, em formato digital, e que regressa agora com nova dinâmica, para debater temas generalistas actuais, com oradores de referência em diversas áreas.
Cada conferência terá a duração de 1h30, terá até seis oradores, um moderador e uma plateia de 20 a 30 pessoas que poderão assistir por convite e intervir no debate. Será transmitida em directo para os canais digitais do DIÁRIO, assim como para o canal 700 da NOS.