Madeira

Pandemia é teste à capacidade de resposta governativa

Manuel Pedro, presidente da Assembleia Municipal de Câmara de Lobos, aproveitou Dia do Concelho para deixar alertas e avisos

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Além do habitual enquadramento histórico da efeméride, Manuel Pedro Freitas, presidente da Assembleia Municipal de Câmara de Lobos, não esqueceu “o momento crítico que, em termos de saúde pública, vivemos, e que certamente irá condicionar, no futuro, novas formas de exercício do poder e novos comportamentos sociais” para manifestar várias preocupações.

Desde logo para alertar que “não se pode excluir um desfecho de uma crise económica que novamente nos pode fazer mergulhar naquela que o país, recentemente, atravessou”. Nesse sentido, avisa que “esta pandemia constituiu um teste à capacidade de resposta tanto da acção governativa dos governos da República e das regiões autónomas, mas também dos municípios”.

O médico pediatra fez também questão de sublinhar a influência da pandemia no sistema educativo. “Numa altura que o ensino voltou à sua forma presencial, talvez seja necessário repensar, na Madeira, a melhoria do ensino à distância”, propôs. Lembra que “desconhecemos as circunstâncias e o ‘timing’ do fim desta epidemia” e além disso “não sabemos se uma próxima demorará um ano ou um século a voltar a colocar à prova nosso conhecimento e as nossas tecnologias”, justificou. Razão para considerar ser “necessário criar condições para que sejam ultrapassados alguns dos constrangimentos verificados e, nomeadamente as fragilidades da nossa rede digital”, para reclamar a importância na “construção de uma rede de estradas digitais, com velocidades de transmissão de dados compatível com as exigências actuais e que não deixe nenhum madeirense de fora”, apontou.

Os idosos neste tempo de pandemia foi outra das preocupações do clínico/autarca.

“É importante que, se retirem os necessários ensinamentos daquilo que aconteceu nos lares de idosos do continente português, para que na Madeira, e em particular, em Câmara de Lobos”, o jovem concelho que está também a envelhecer “essa situação não ocorra”. Os cuidados e as fragilidades na velhice mereceram particular referência. Desde logo ao lembrar que “nem sempre ao aumento da idade média de vida, corresponde qualidade e autonomia”.

No ar deixou a questão da “obrigatoriedade ou não dos lares possuírem cuidados médicos e de enfermagem próprios, com todos os seus custos e, consequentemente, a perda, ou não, do direito constitucional do idoso usufruir do sistema de saúde pública e do respectivo médico de família, a partir do momento que entra num lar”.

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Orlando Drumond , 04 Outubro 2020 - 10:12

Antes do cariz mais político do discurso, Manuel Pedro justificou o simbolismo que viria a constituir a opção para a escolha do dia 4 de Outubro para feriado municipal.

Fez saber que foi neste dia que há 185 anos, “não só pela primeira vez, se realizaram eleições para a Câmara Municipal de Câmara de Lobos, como se procedeu à instalação do concelho”.

À data da criação do concelho de Câmara de Lobos, a Quinta Grande, que este ano acolheu pela primeira vez a sessão solene, “como freguesia, ainda não existia”. A criação desta freguesia ocorreu em 1848.

Não deixou de assinalar que “o facto de se comemorar o dia do concelho de Câmara de Lobos, nesta freguesia constitui não só uma prova da sua importância, no contexto do concelho, mas também a continuidade de descentralização do foco das comemorações que, desde 2017, deixou de ser a sede do concelho, para percorrer todas as suas freguesias”.

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Sandra S. Gonçalves , Orlando Drumond , 04 Outubro 2020 - 10:56

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