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Médico recusou participar no programa de Cristina Ferreira e atacou negacionistas da covid-19

Veja o vídeo do especialista e recorde a entrevista do médico intensivista ao DIÁRIO, em Agosto

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Gustavo Carona, médico intensivista do Hospital Pedro Hispano, em  Matosinhos, partilhou um vídeo nas redes sociais para explicar por que recusou o convite para participar no programa de Cristina Ferreira. E sobretudo para deixar um apelo à sociedade, atacando os movimentos que minimizam ou negam a a existência e gravidade da covid-19.

Também membro da organização Médicos Sem Fronteiras, Gustavo Carona começou por contar que a produção do ‘Dia de Cristina’ o convidou para participar no programa para falar sobre a sua experiência nos cuidados intensivos e que lhe foi proposto que fosse acompanhado pela sua mãe. “De imediato, respondi 'tenho todo o gosto em informar as pessoas sobre a minha visão da medicina, do desafio que estamos a passar, sendo que não estou minimamente interessado em contribuir para telenovelas'”, conta o médico no vídeo.

Rosto conhecido na comunicação social, colaborador em várias peças jornalísticas, comentários televisivos e entrevistas (como a que deu ao DIÁRIO em Agosto passado e que pode ler no final deste artigo), Gustavo Carona acusa que o convite que recebeu para participar no programa de Cristina Ferreira é “representativo da total desorientação que estamos a ver neste momento” e da “incompreensão do desafio que estamos a passar”. Acrescentou: “Isto não é tempo para contar historinhas, isto é tempo para informar”.

Estamos a começar a falar de triagem em medicina de catástrofe. isto significa fazer o máximo pelo maior número de pessoas. Isto é bonito e é lógico. Temos de pensar assim. Mas tem outra mensagem: estamos a dizer que não vamos conseguir fazer tudo. Estamos a querer dizer que há pessoas que vão morrer, que não precisavam de morrer.  Gustavo Carona

O médico do hospital de Matosinhos diz ainda que se a pandemia não for levada com responsabilidade, “vai rebentar”.

Isto, para dizer depois: “Não é tempo para questionar as autoridades de saúde. Isto não se resolve nos hospitais, isto resolve-se a montante dos hospitais. Não há nada que nós possamos fazer nos hospitais para controlar a pandemia. Isto é um problema de saúde pública, é um problema da sociedade civil, é um problema do nosso comportamento colectivo", alerta.

Dizendo-se “exausto”, Gustavo Carona termina: “É inacreditável que as pessoas não percebam a seriedade deste desafio que temos à nossa frente. Que é, repito, de todos”.

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