Marítimo não tem razões de queixa
Miguel Albuquerque diz que o Governo Regional não vai abdicar da segurança da população, respondendo também às novas regras para viagens do desporto amador
O presidente do Governo Regional da Madeira não aceita as críticas do Marítimo sobre a não permissão de ter público no derby de amanhã com o Nacional. Miguel Albuquerque disse que sobre o apoio da Região ao clube e instituição não há razões de queixa, desvalorizando assim o facto do presidente do Marítimo ter dito que houve um retrocesso na permissão de ter público no jogo da sexta jornada da I Liga.
Questionado sobre se o Governo deve pedir desculpa por não permitir público, Albuquerque foi claro: "O Governo deve pedir desculpa ao Marítimo por apoiar tanto o Marítimo. Deve ser isso, deve ser essa a equação que não percebi muito bem. O Marítimo é uma instituição centenária com responsabilidade na área cívica e desportiva e que tem milhares de jovens, com certeza que têm de dar o exemplo. Não é por causa de um jogo de futebol, é uma questão de bom senso e, acredito que as coisas vão correr bem. Conheço imensos sócios do Marítimo que compreendem a situação, por ser um problema fácil de perceber, fácil de resolver e que não vale a pena exacerbar."
O governante foi visitar o novo espaço de prática desportiva da Escola Secundária Francisco Franco, obra que foi realizada onde antes existia uma piscina, obra que custou 244 mil euros (IVA incluído), garantindo que esse tipo de intervenções de requalificação de infraestruturas ao nível escolar, por serem muito importantes, vão continuar. Lembrou as obras no pavilhão do Liceu Jaime Moniz, as obras que vão iniciar-se nas infra-estruturas desportivas da Escola da Levada, está quase a ser concluída a reconversão da antiga piscina num pavilhão gimnodesportivo na Escola do Estreito de Câmara de Lobos. Garantiu que novos investimentos serão feitos.
Na sequência das questões dos jornalistas, Miguel Albuquerque também garantiu que não irá voltar atrás na prioridade que é dada à saúde e segurança da população em nome do desporto, neste caso em concreto o amador que tem competição no exterior e passa a ter de fazer dois testes PCR à Covid-19 no espaço de cinco dias, período em que terão de ficar de quarentena. Não é uma questão de gostarem ou não gostarem, passa por estabelecer prioridades. Por um lado temos a saúde e a vida dos atletas, dos treinadores, dos familiares e da comunidade onde se inserem e, por outro lado, a prática desportiva ou a continuação de um campeonato. Entre esses dois valores em equação, é fácil escolher, em primeiro está a saúde e a vida das pessoas. É uma decisão que não tenho nenhuma dificuldade em tomar", atirou.
Lembrando que deverá ser decretado a paragem, das competições que não as profissionais, Miguel Albuquerque realçou que a evolução pandémica está de tal ordem que, do meu ponto de vista, é quase suicidário as nossas equipas se deslocarem para a prática de desportos de contacto e colectivos. É muito arriscado e isso traz, depois, consequências para os nossos concidadãos na Região. Não podemos permitir a criação de focos locais por causa de uma situação destas. As federações têm de estar em conformidade com os interesses da comunidade e do país, da nossa sociedade, que é acautelar a saúde pública, salvaguardar a vida das pessoas numa situação de pandemia. Sendo o desporto uma escola de valores cívicos, essas associações ou federações devem dar o exemplo", concluiu o tema.
Questionado sobre os que relativizam ou negam a existência do problema, Miguel Albuquerque disse que a "humanidade sempre teve um problema que é persistente na História, que há dois mil anos ou mais, em que há sempre sectores ou cidadãos que negam a realidade", disse.