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Acusam jornalista de conspiração, financiamento do terrorismo e tráfico de armas na Venezuela

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O Ministério Público (MP) venezuelano acusou um conhecido jornalista local dos crimes "conspiração, financiamento do terrorismo e tráfico de armas", mas a oposição diz tratar-se de "um sequestro" e informou a ONU sobre este "novo preso político".

Trata-se de Roland Carreño, militante do partido Vontade Popular (VP) e membro da equipa do líder opositor Juan Guaidó. Um tribunal de Caracas aceitou as acusações contra o jornalista, ordenando que ficasse em prisão preventiva até ir a julgamento, podendo ser condenado a uma pena entre 15 e 25 anos de prisão, segundo a legislação local.

Segundo a imprensa local, o paradeiro do jornalista foi desconhecido durante pelo menos dois dias depois de ter sido detido, a 26 de outubro, quando circulava numa viatura, em Caracas, acompanhado por dois outros militantes do VP que, entretanto, foram libertados pelas autoridades.

As primeiras versões sobre a detenção informavam que o jornalista tinha sido detido por estar bêbado e também que teria cometido atos indecentes numa via pública.

No entanto, segundo o procurador-geral nomeado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Tareck William Saab, na sua viatura foi encontrada "uma pasta com um fuzil AM-15 com o número de série devastado, 12 mil dólares em dinheiro e documentos com listas de pessoas e rotas para a Colômbia".

"Após uma rusga na casa de Roland Carreño e do esvaziamento do seu telefone, soube-se que este líder político é o principal operador financeiro de Vontade Popular no país", disse hoje Tarek William Saab à televisão estatal venezuelana.

As autoridades acusam ainda o jornalista de estar envolvido na fuga, no sábado 24 de outubro, do político opositor Leopoldo López da embaixada espanhola em Caracas, onde estava refugiado desde abril de 2019.

O Sindicato dos Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) tomou posição sobre a situação do jornalista, exigindo a sua "libertação imediata" e condenando "qualquer tentativa de fabricar 'falsos positivos' [coisas que não são o que parecem ser] para incriminar" Carreño.

Dada a acusação, Humberto Prado, comissário nomeado pelo líder opositor Juan Guaidó para os Direitos Humanos, anunciou que "está documentando este novo ataque contra os jornalistas" precisando que "a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet já está em conhecimento deste facto".

Segundo Juan Guaidó, o jornalista foi "sequestrado" por "um regime que utiliza o mesmo modus operandi com que tem detido centenares de dirigentes" opositores.

Segundo a ONG Foro Penal venezuelano, a Venezuela tem 359 pessoas presas por motivos políticos.

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