Itália atinge novo recorde com 21.994 casos nas últimas 24 horas
No último dia, 221 pessoas perderam a vida por causa do novo coronavírus, um número que não era observado desde meados de Maio.
A Itália registou 21.994 infeções pelo novo coronavírus e 221 mortes atribuídos à covid-19 nas últimas 24 horas, um novo recorde de contágios desde o início da crise sanitária, segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde.
Este é o maior número de infeções registadas até agora, embora estejam a ser realizados muito mais testes do que no início da epidemia, em fevereiro, com 174.000 desde segunda-feira.
No último dia, 221 pessoas perderam a vida por causa do novo coronavírus, um número que não era observado desde meados de maio e que aumenta o total de óbitos em Itália para 37.700.
No país, 564.778 pessoas já foram infetadas desde o início da crise, a 21 de fevereiro, com o aparecimento dos primeiros casos autóctones.
A situação nos hospitais é particularmente preocupante. Das 255.000 pessoas doentes com covid-19 em Itália, 15.366 estão hospitalizadas (mais 1.085 do que segunda-feira) e 1.411 requerem cuidados intensivos (mais 127).
De qualquer forma, o diretor de Prevenção do Ministério da Saúde, Gianni Rezza, explicou que apesar da tendência de aumento, a "ocupação das Unidades de Cuidados Intensivos está ainda abaixo do nível de alerta" porque foram reforçadas nos últimos meses.
As regiões mais afetadas continuam a ser a Lombardia, com mais de 5.000 novas infeções desde segunda-feira, a maioria na capital Milão, e Campânia, com cerca de 2.700 casos.
Com estes dados, a Itália, em estado de emergência até 31 de janeiro de 2021, mantém fechados cinemas, teatros e salas de concertos, a educação à distância tem sido promovida e reduziu os horários de funcionamento de bares e restaurantes até às 18:00.
Estas são algumas das medidas decretadas pelo Governo no último domingo, em vigor até 24 de novembro, e que têm gerado protestos no setor da cultura e restauração.
Na segunda-feira à noite, houve fortes motins em cidades como Turim ou Milão, que estão a ser investigados se foram provocados por grupos ultra ou neofascistas.
Também hoje surgiram manifestação nas principais cidades do país: em Nápoles protestaram os taxistas, em Roma os donos de ginásios e centros desportivos, enquanto os empresários de restauração o fizeram em várias partes do país.
O assessor do Ministério da Saúde, Walter Ricciardi, defendeu hoje como "necessário" o confinamento de Milão e Nápoles, principais fontes de contágio.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.