Bélgica quase no limite de capacidade dos cuidados intensivos
A Bélgica está prestes a ultrapassar a barreira dos 1.000 pacientes de covid-19 nos cuidados intensivos e poderá chegar ao limite máximo de 2.000 dentro de duas semanas, anunciaram hoje as autoridades de saúde belgas.
"Nos próximos quatro dias, até ao final da semana, deveremos ultrapassar a barreira dos mil pacientes nos cuidados intensivos. Se não houver nenhuma alteração na curva do nosso comportamento, deveremos chegar, em 15 dias, aos 2.000 pacientes nos cuidados intensivos, que é a nossa capacidade máxima", disse hoje, em conferência de imprensa, o porta-voz federal para a Saúde, Yves van Laethem.
Segundo os dados hoje divulgados, a Bélgica registou hoje uma média de 12.491 casos nos últimos sete dias, para um total de 321.031 desde o início da pandemia, e um total de 757 pacientes de covid-19 internados nos cuidados intensivos.
Van Laethem sublinhou a necessidade da limitação de contactos, apelando a que cada um assuma as suas responsabilidades.
Na região de Bruxelas entram hoje em vigor novas regras, mais rigorosas do que as nacionais, com recolher obrigatório entre as 22:00 e as 06:00, ginásios, salas de espetáculos e locais de culto encerrados.
Apesar de as autoridades terem deixado de testar assintomáticos, continuam a ser realizados cerca de 80 mil testes por dia na Bélgica, sendo que um em cada cinco é positivo na média nacional e a taxa de reprodução do coronavírus SARS-CoV-2 é de 1,487.
A covid-19 já matou 10.810 pessoas na Bélgica, país que apresenta a segunda maior taxa de incidência da doença -- 1.165 por cem mil habitantes nos últimos 14 dias -- da Europa, depois da República Checa (1.284).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e quase 42,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.316 pessoas dos 118.686 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.