Parque de estacionamento da Estrela da Calheta
Decorria o ano de 2002 ou 2003, quando executivo camarário liderado pelo Sr. Manuel Baeta lançou a promessa da criação de um estacionamento público na Estrela da Calheta, notícia que mereceu destaque no jornal e foi bem recebida pela população. Nessa altura, a Autarquia aprovou a alteração de um projeto de uma obra já em execução, de modo a serem aproveitados dois pisos destinados a estacionamento coberto, indo ao encontro da satisfação do interesse público.
A Câmara nunca chegou a concretizar a promessa, e o espaço manteve-se fechado durante vários anos. Tendo o espaço mudado de dono, a licença de funcionamento tardava a ser emitida…
Só o foi, aquando do alargamento da ER 222 entre o Centro de Saúde e a Farmácia. Além de poderem usufruir do sistema rotativo implementado, muitos cidadãos celebraram, então, contrato de estacionamento, aproveitando a segurança que o mesmo oferecia e a comodidade do elevador que o mesmo dispõe, até ao nível da Estrada Regional.
No entanto, vários fatores levaram a que o número de adesões se fosse reduzindo: a crise financeira, o facto da PSP não autuar e assim permitir estacionar nas linhas continuas, em passeios e dentro de curvas (invocando falta de efetivos e exiguidade de lugares para estacionar). Tal originou muitos cancelamentos, levou à imobilização do elevador e ao corte de várias outras despesas de funcionamento do parque, que se manteve a funcionar apenas para “assinantes”. Tal já foi noticiado neste DN.
E o problema da falta de estacionamentos na Estrela da Calheta mantem-se.
A ocupação irregular e ilegal de uma das faixas de rodagem da Rua Padre Isaías de Freitas, provoca acidentes de trânsito e grandes dificuldades de circulação no acesso a habitações, ao Cartório, à Clínica, ao Centro de Saúde, e ao restante comércio local. Tal coloca em causa a segurança da população e gera indignação junto dos comerciantes da localidade.
Conforme notícia publicada no DN de 28/01/2017, o Exmo. Senhor Presidente da Câmara da Calheta mostrou-se “disponível para encontrar formas para ajudar os comerciantes”.
Em noticia publicada no DN de 19/10/2019, Sua Excelência, o Presidente do Governo Regional da Madeira, declarou que: “Temos de encontrar uma solução”!
Posto isto, e atendendo ao interesse público em causa, deveria o Estado (ou seja, o Governo Regional ou a Câmara Municipal) avançar no sentido de ser ele próprio a explorar o parque de estacionamento, exercendo as suas competências, nomeadamente quanto à segurança das pessoas, na regulação do trânsito e estacionamento de veículos, e solucionando um problema que se arrasta há mais de vinte anos. Só assim irá ao encontro da satisfação das necessidades dos cidadãos em geral e dos lojistas, e criará condições para haja desenvolvimento nesta localidade.
Alcindo Costa