Tolentino Mendonça recebe o prémio europeu Helena Vaz da Silva
Uma cerimónia que está a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa e pode seguir pela internet
O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcam presença na cerimónia, através de mensagens em vídeo, na sessão de atribuição do prémio europeu Helena Vaz da Silva 2020 ao cardeal Tolentino Mendonça.
José Tolentino Mendonça recebe Prémio Europeu Helena Vaz da Silva 2020
Cardeal madeirense será reconhecido pelo seu trabalho na Divulgação do Património Cultural
Francisco José Cardoso , 18 Outubro 2020 - 23:20
O "reconhecimento presta homenagem à contribuição excepcional de Tolentino Mendonça para a divulgação da cultura e dos valores europeus", lê-se na página do Centro Nacional de Cultura (CNC), que em 2013, em parceria com a Europa Nostra, considerada a principal organização do Velho Continente de defesa do património, e o Clube Português de Imprensa, instituíram a distinção.
Primeiro director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultural, o cardeal Tolentino Mendonça é "uma das vozes mais originais da literatura contemporânea", destaca o CNC.
"Ficámos impressionados com a capacidade que Tolentino Mendonça demonstra ao divulgar a Beleza e a Poesia como parte do património cultural intangível da Europa e do mundo. Queremos homenagear a sua arte de comunicar não apenas através da sua notável poesia, mas também dos seus artigos de opinião publicados na imprensa portuguesa e italiana", referiu o júri do prémio.
Os jurados, encabeçados pela presidente do CNC, Maria Calado, e onde se incluem Francisco Pinto Balsemão, Guilherme d’Oliveira Martins e membros das entidades parceiras do prémio, salientaram igualmente a "forte convicção" do cardeal "de que a Igreja não é apenas uma guardiã de seu longo passado, mas que deve estabelecer um diálogo aberto e construir pontes com o mundo da cultura, da arte e do pensamento contemporâneos".
"Hoje, quando a Europa e o mundo se confrontam com uma crise sem precedentes, precisamos de ouvir as vozes desafiadoras dos principais intelectuais e artistas europeus, como Tolentino Mendonça. Eles devem orientar e inspirar os nossos esforços coletivos para construir uma sociedade mais justa e mais inclusiva, para a Europa e para todo o planeta", refere a declaração do júri.
Para o cardeal Tolentino, "o património cultural é um motor indiscutível do presente e só com ele podemos pensar que há futuro".
"Por essa razão, sinto-me muito honrado por esta atribuição, que ainda mais me responsabiliza. Certamente esta distinção será vivida com alegria pela Biblioteca e o Arquivo Apostólicos do Vaticano, onde trabalho, e que constituem um extraordinário exemplo do património cultural que a Europa construiu e constrói".
Na sessão de atribuição da distinção, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com transmissão em directo pela internet, está também presente a ministra da Cultura, Graça Fonseca.
Após a apresentação de António Guterres, intervém o cardeal Tolentino Mendonça, e o encerramento cabe a Marcelo Rebelo de Sousa.
"O prémio europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural recorda a jornalista portuguesa, escritora, ativista cultural e política (1939- 2002), e a sua notável contribuição para a divulgação do património cultural e dos ideais europeus. É atribuído anualmente a um cidadão europeu cuja carreira se tenha distinguido pela difusão, defesa, e promoção do património cultural da Europa, quer através de obras literárias e musicais, quer através de reportagens, artigos, crónicas, fotografias, cartoons, documentários, filmes de ficção e programas de rádio e/ou televisão", explica o CNC.