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Supremo solicita extradição ex-comissário opositor Iván Simonóvis

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O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (STJ) decidiu quinta-feira solicitar a extradição do ex-comissário opositor Iván Simonóvis, para ser julgado em território venezuelano por alegadamente atentar contra o Presidente Nicolás Maduro.

"O STJ declara procedente [solicitar] aos EUA a extradição do cidadão Iván Simonovis Aranguren, para julgamento penal em território venezuelano pelo alegado delito de homicídio doloso (intencional) qualificado (agravado) em grau de frustração na pessoa do Presidente da República, cidadão Nicolás Maduro Moros" explica o STJ.

Em um comunicado divulgado pela Internet, o STJ explica que o ex-comissário será ainda julgado pelos crimes de "traição, tráfico ilícito de armas de guerra, terrorismo e associação" para cometer delito.

Por outro lado, explica ainda que o STJ assume "o firme compromisso, perante os EUA de que o cidadão requerido será julgado na República Bolivariana da Venezuela com as devidas seguranças e garantias constitucionais e processuais criminais consagradas na Carta Magna (Constituição)".

O STJ diz ainda que "no presente caso, além dos requisitos de procedência, também se cumprem cabalmente os princípios gerais que regem a matéria de extradição na Venezuela".

O ex-comissário policial venezuelano Iván Simonóvis esteve 15 anos preso pelo alegado envolvimento no golpe de Estado que em abril de 2002 afastou o falecido presidente Hugo Chávez (presidiu o país entre 1999 e 2013) do poder.

Condenado a 30 anos de prisão, o ex-comissário, que também era criminalista e consultor penal venezuelano, estava em prisão domiciliária desde 20 de setembro de 2014, escapando da sua residência em 16 de maio de 2019, reaparecendo um mês depois nos EUA.

A 10 de julho de 2019, o líder opositor e presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó nomeou-o "comissário especial de segurança e inteligência (serviços de informação) da Venezuela" nos Estados Unidos.

Asilado nos EUA, Iván Simonóvis já reagiu à anúncio do STJ, atribuindo a decisão de solicitar a sua extradição a uma "vingança".

"O regime ainda respira pela ferida com relação à minha fuga. Para eles só existe vingança, tortura, mortos e desaparecidos, como ficou bem documentado no relatório (recente) da ONU", escreveu na sua conta do Twitter.

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