Trabalhadores do Grupo Charming dão até ao fim do mês para empresa pagar salários em atraso
Se o grupo não cumprir, voltam a reunir-se a 3 de Novembro e pedem insolvência da empresa
Cerca de três dezenas de manifestantes, entre trabalhadores do grupo Charming e apoiantes, protestaram esta quinta-feira contra os salários em atraso, em alguns casos desde Julho e noutros, desde Agosto e Setembro.
"Estes trabalhadores do grupo Charming estão a passar por uma situação grave. É lamentável que existam trabalhadores que desde Julho têm salários por receber, e outros desde Agosto e Setembro", começou por dizer à TSF-Madeira Adolfo Freitas, do Sindicato de Hotelaria da Madeira.
O trabalhadores do Grupo Charming decidiram, por isso, instituir 31 Outubro como prazo limite para pagamentos de todos os ordenados em em atraso, incluindo subsídios de férias que também estão em falta. Se a empresa não cumprir, os trabalhadores voltam a reunir-se no dia 3 de Novembro, às 15 horas, e avançam com o pedido de insolvência do grupo.
Os sindicalistas condenam que os trabalhadores "estejam a viver todos estes meses sem salário ou subsídio", porque " traz consequências graves às suas vidas". Desde Abril, disse Adolfo Freitas, já foram emitidos 10 ofícios para a Direcção Regional do Trabalho, afiançou Adolfo Freitas, acrescentando que "já foram levantados para esta empresa 57 processos de contraordenação por incumprimento das suas obrigações".
O Grupo Charming, acusou ainda Adolfo Freitas, "passa recibos aos trabalhadores alegando que recorreu ao layoff, mas alega também que o Governo Regional, até agora, não deu qualquer tipo de subsídio". O sindicato diz que já tentou saber junto da Segurança Social sobre esta situação, apelando a que a instituição torne pública a lista das empresas que estão a receber benefícios". Assim estamos numa situação em que não sabemos se de facto os trabalhadores estão em layoff se a empresa esta a receber subsídios ou não. Ou se a Segurança Social está a dar os subsídios às empresas, apropria-se do dinheiro e não dão aos trabalhadores".
Adolfo Freitas acusou ainda o Grupo Charmind de "assediar" os trabalhadores para que estes peçam a suspensão do contrato de trabalho devido aos salários em atraso: "Já uma grande maioria de trabalhadores viram-se forçados a esta situação porque sem rendimentos a única forma que encontraram foi esta".
No total, avança o sindicalista, o Grupo Charming emprega entre 180 a 200 pessoas.