Convicções
Boa noite!
. O papa Francisco criticou hoje os que vão à missa "para mostrar que são católicos", "para mostrar o último modelo que compraram", "para dar uma boa imagem social", bem como os que se dedicam a “orar como papagaios, como se fosse um hábito”. No dia em que defendeu uniões de facto de casais homossexuais, Francisco fez história, mesmo que possa ter desiludido os crentes de fachada que exibem a fé mas são incapazes de praticar a caridade cristã, os preconceituosos que tudo julgam sem perdão e os bajuladores do divino que ignoram as realidades terrenas.
. Todo o Porto Santo está contra a TAP que decidiu suspender a operação de Inverno por manifesta e comprovada falta de procura. Nem na ilha que reclama legitimamente voos directos com Lisboa houve reservas feitas a preços módicos em número suficiente e capaz de garantir as ligações assumidas. Só falta saber o que pensam desta revolta aqueles que, no governo regional, têm elogiado a companhia aérea pelo contributo dado à Região em tempo de pandemia, ou quem na indústria turística torrou dinheiro em campanhas promocionais de efeito nulo porque no contexto actual há sobretudo um manifesto medo de viajar.
. Do artigo de opinião de Miguel de Sousa publicado hoje no DIÁRIO retemos várias passagens relacionadas com as Autárquicas do próximo ano. Mas há uma que é bem reveladora da percepção que alguma social-democracia tem da coligação que governa actualmente a Madeira. “No tempo do anterior líder teríamos hipóteses seguras de vencer para aí com uns dez candidatos diferentes. Era outra realidade política. Agora já não é assim. Com o nosso melhor candidato não há garantia de vitória e ainda há que avaliar se uma coligação com o minguante CDS acrescenta ou reduz o número de votos. Ainda que ridículo, é ainda preciso saber se o CDS exige a presidência da assembleia municipal ou, vá lá adivinhar, da própria câmara para entrar numa coligação. Por lá já deve haver algum artista a congeminar essa oportunidade” é o mesmo que dizer que ‘mais vale só do que mal acompanhado’. Desconhecemos se, até a esta hora, algum centrista ousou discordar do cenário traçado.
. O PSD vai votar contra o Orçamento do Estado para 2021. Rui Rio considera que este é "o único voto coerente". O PS já fez saber que o líder social-democrata "deixou cair" o valor do "interesse nacional". Estão criadas as condições para os seis deputados da Madeira mostrarem o que valem. No capítulo negocial e na seriedade. Na argumentação e no altruísmo. Estaremos atentos, mas também prontos para dar expressão ao empenho de uns e de outros na defesa dos interesses colectivos.